segunda, 25 de agosto de 2025
Publicado em 25 ago 2025 - 15:54:53
Mais do que um trabalho técnico, a pesquisa reúne dimensões éticas e interdisciplinares, conectando psicologia, saúde pública e ciência de dados
Da redação
O professor Luciano Ferreira Rodrigues Filho, docente do Centro de Ensino da Santa Casa de Ourinhos, mestre em Psicologia Social pela PUC-SP e doutorando em Pesquisa e Desenvolvimento em Biotecnologia Médica pela Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB/UNESP), publicou um artigo científico de grande relevância internacional sobre o suicídio no Chile.
Intitulado “Diagnóstico avançado em saúde mental: Integração de machine learning e big data para estratégias precisas em prevenção e intervenção biopsicossocial”, o estudo foi desenvolvido entre 1º de novembro de 2024 e 31 de janeiro de 2025, com foco na integração da inteligência artificial e do big data para aprimorar métodos de diagnóstico e prevenção em saúde mental.
Mais do que um trabalho técnico, a pesquisa reúne dimensões éticas e interdisciplinares, conectando psicologia, saúde pública e ciência de dados. Entre as atividades desenvolvidas estão: o estabelecimento de parcerias internacionais com universidades e centros de pesquisa; a criação de protocolos de segurança de dados, garantindo privacidade e conformidade legal; a realização de workshops e capacitações para profissionais de saúde e equipes técnicas; além de testes com ferramentas baseadas em IA para identificar precocemente padrões de risco em saúde mental.
O projeto tem caráter global. Em outubro, será expandido para países da Ásia, como China, Mongólia, Coreia do Sul, Vietnã, Camboja, Tailândia e Qatar, com o objetivo de analisar dados de diferentes contextos e realidades sociais. A diversidade de fontes — que incluem atendimentos médicos e psicológicos, históricos de vida e condições socioeconômicas — permite uma leitura mais completa e contextualizada dos indicadores de risco.
No caso específico do Chile, o estudo investigou dados estatísticos nacionais de 2000 a 2020, realizou entrevistas qualitativas com 186 pessoas e analisou publicações científicas recentes. Os resultados evidenciam fatores críticos como apoio familiar, experiências de violência, desigualdades sociais, desafios educacionais e crises econômicas, todos diretamente relacionados ao aumento das taxas de suicídio.
O suicídio, que figura entre as principais causas de morte no mundo, é reconhecido como um grave problema de saúde pública. A pesquisa aponta para a necessidade de estratégias intersetoriais, que envolvam desde políticas públicas inclusivas e o fortalecimento de redes de apoio até intervenções emocionais no ambiente educacional.
Para o professor Luciano, a publicação representa não apenas um avanço acadêmico, mas também um chamado para ampliar o olhar sobre a saúde mental. “Integrar ciência de dados, psicologia e saúde pública é um passo essencial para compreendermos melhor o fenômeno do suicídio e criarmos estratégias de prevenção mais eficazes, humanas e inclusivas”, destacou.
Luciano é natural de Jacarezinho/PR, tem graduação em Psicologia Clínica e Organizacional pelo Centro Universitário de Ourinhos/UNIFIO, onde atua como professor.
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