segunda, 21 de abril de 2025
Publicado em 10 mar 2017 - 06:39:50
Alexandre Mansinho
Em 2009, início da segunda gestão do ex-presidente Lula, o então presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, veio a Ourinhos com a missão de, entre outras benfeitorias, anunciar as obras do PAC (Plano de aceleração do Crescimento). Entre aplausos e esperança de desenvolvimento, o então vereador Toninho do PT anunciou que Ourinhos iria ganhar um contorno ferroviário. Essa obra iria retirar os trilhos da zona urbana de Ourinhos, contornando pela zona rural, próximo à divisa de estado, ladeando o rio Paranapanema.
Atualmente, 7 anos após as promessas, nada ainda foi feito nesse sentido. Domingos Ferreira Santos, ex-funcionário da Fepasa, com mais de 27 anos de trabalho como ferroviário, alerta que hoje a malha férrea que passa por Ourinhos está abandonada: “não há manutenção, não há nem transporte de cargas em alguns trechos, hoje só o trecho de Ourinhos a Londrina que está operando, os outros trechos estão desativados (…) mesmo nesse trecho que está sendo utilizado, por causa da manutenção precária, a velocidade máxima é de 20 km/h, a subutilização faz da ferrovia em Ourinhos um imenso elefante branco no qual ninguém quer ter parte”, denuncia.
Ainda segundo Domingos, prova de que o tal contorno ferroviário não vai sair do papel é que cidades muito maiores e mais influentes politicamente não conseguiram a benfeitoria: “Bauru, por exemplo, que tem deputados estaduais e federais, além de ter um PIB bem maior que o de Ourinhos, não conseguiu o contorno (…) também em Bauru a situação de abandono é grave”.
Promessas e sonhos – Assim como Domingos, outros ex-funcionários da ferrovia lamentam a situação de apodrecimento na qual se encontram os trilhos e as demais instalações; no entanto, não é recente o uso político da malha ferroviária em campanhas políticas. Claudemir Santos Alves, prefeito em Ourinhos de 2001 à 2004, prometeu na campanha política de 2000 que implantaria um sistema de VLT (veículo leve sobre trilhos) que iria representar um ganho substancial de tempo para a população que mora na periferia. De fato, os trilhos que cortam Ourinhos estão localizados estrategicamente tornando possível tal projeto. No entanto nenhuma ação para levar esse projeto à diante foi tomada.
O que diz a concessionária – Rodrigo Pereira, que responde pela assessoria de imprensa da RUMO, empresa que tem a concessão do trecho ferroviário no qual se encontra Ourinhos, disse a nossa equipe que não há nenhuma previsão de investimento privado para o contorno ferroviário: “a empresa explora o uso das linhas férreas, mas não pode fazer qualquer projeto de alteração no traçado, tais medidas devem ser feitas pelo governo, que é o dono da ferrovia”. Mais perguntas foram encaminhadas a assessoria de imprensa da RUMO, mas, até o momento, as respostas não foram dadas.
© 1990 - 2023 Jornal Negocião - Seu melhor conteúdo. Todos os direitos reservados.