quinta, 03 de outubro de 2024

Quando a população é quem protagoniza a mudança

Publicado em 12 dez 2017 - 10:35:16

           

Eduarda Schuh

Conhecido como “o povo de coração de ouro”, no ano de 2017, a população ourinhense não deixou de mostrar quão verdadeira é esta definição. 

O ano de 2017 foi um período de mudanças para a cidade. Nova Prefeitura, novas secretarias, novos rostos e nomes, e até as ruas de Ourinhos terminam o ano de cara nova. E caminhando junto à essas mudanças, a população mostrou-se ainda e cada vez mais engajada com a transformação da cidade. 

O Jornal Negocião, na intenção de prestigiar a população de Ourinhos e de mostrar que a união e o desejo de transformar podem promover mudanças reais, ouviu algumas histórias e tem o prazer de retratá-las.

Jovens promovem o fortalecimento das boas tradições e da interação familiar e comunitária –  A cada ano que passa, podemos perceber que as tradições comunitárias estão se desfazendo. Cada vez menos a população se preocupa com atividades festivas, como Páscoa, Festa Junina e até mesmo o Natal. A percepção é de que a população parece estar cada vez mais cansada e individualista, e as crianças menos interessadas em interagirem entre si.

Um exemplo da promoção do resgate das tradições que sempre alegraram a população, em Ourinhos, é feita pela equipe do CRAS IV, no Jardim São Carlos. Em princípio, o CRAS tem como objetivo promover ações em prol das comunidades mais afastadas e carentes. Entretanto, esta unidade conseguiu visualizar a importância das festividades e da interação comunitária e, durante 2017, iniciou diversos trabalhos nessa área.

A equipe do CRAS IV é formada por muitos jovens, cheios de energia e vontade. Em entrevista, contaram que a tradição junina, que há algum tempo já não era mais comemorada pelos moradores no bairro, o Dia das Crianças e o Dia da Consciência Negra, voltaram com eventos que reuniram as pessoas, promovendo muita alegria aos moradores do bairro.

Os trabalhos são feitos sempre de maneira árdua, pois a arrecadação de recursos exige um processo trabalhoso e de muita luta. Entretanto, a equipe do CRAS declara que são recompensados diariamente. Em 2017, a qualidade de vida, a valorização da participação da família no processo educacional e a alegria no rosto da comunidade, aumentou visivelmente.

Este ano, o grande pontapé para o fortalecimento da união comunitária e familiar, foi dado. Muitas coisas boas são previstas pela jovem equipe. E mais uma vez, Ourinhos só ganha com a iniciativa e a força de vontade em fazer o bem da população.

Facebook como ferramenta de transformação – A história teve seu início no ano de 2013, durante as manifestações que movimentaram o Brasil. Em Ourinhos uma confusão no momento em que a população se manifestava em frente à Câmara de Vereadores desencadeou a história. E a utilização do Facebook como mecanismo de união do povo começou por um grande acaso.

Ainda sem contar com dimensão do alcance das redes sociais, o ourinhense Leandro Bulqui, o protagonista desta história, fez um grupo no Facebook com os manifestantes que ali estavam, para discutir sobre o caso.

Entretanto, em um curto período de tempo, o grupo começou a ser um meio para discutir assuntos em prol da cidade. E, percebendo o alcance, Leandro começou a dar atenção às denúncias que ali eram feitas e ir atrás de uma posição dos órgãos públicos.

Em pouco tempo, muitas denúncias haviam sido atendidas e os envolvidos começaram a compreender o resultado. E assim, a luta continuou e só vem crescendo.

Apenas no ano de 2017, mais de 200 requerimentos protocolados foram feitos e uma grande parte, atendidos. “Fazer requerimentos protocolados na Ouvidoria é direito de toda a população e é a maneira mais efetiva para o alcance de uma conquista”- disse Leandro em entrevista ao Jornal Negocião.

A partir deste fato, se faz cada dia mais comum o caso de ourinhenses que mostram a cara nas redes sociais denunciando e exigindo os direitos da comunidade, como Fabrício Birão, Renata Tibúrcio e outros que menos explícitos acabam denunciando problemas em seus bairros e ambientes de maior convívio.  

Parceria de universitários com a comunidade – O problema educacional no Brasil é uma constante conhecida por todos. Assim, a preparação dos alunos de escola pública para os tão sonhados vestibulares, é muito precária. No entanto, para tentar mudar um pouco desta realidade, a UNESP disponibilizou a possibilidade da criação de um cursinho pré-vestibular para pessoas de baixa renda.

Em Ourinhos, o cursinho da UNESP é representado pelo Cacu-O. Este projeto é organizado pelos estudantes da UNESP mas também conta com o apoio da população ourinhense. Os coordenadores do curso selecionam pessoas que atendem às qualificações e disponibilizam-se para ensinar voluntariamente os alunos do cursinho.

Segundo os coordenadores do Cacu-O, o cursinho existe há pouco mais de 7 anos e em 2016/2017 pôde ver uma quantidade significativa dos alunos que por ali passaram, ingressarem na universidade.

© 1990 - 2023 Jornal Negocião - Seu melhor conteúdo. Todos os direitos reservados.