quarta, 30 de abril de 2025
Publicado em 12 jul 2015 - 03:50:03
José Luiz Martins
Na última segunda-feira (06) a prefeita Belkis Fernandes reuniu a imprensa para entrevista coletiva. O principal assunto seria a implantação de ciclovias em Ourinhos.
Antes porém, a prefeita falou sobre o trabalho da prefeitura visando a recuperação da malha viária do município, um grande desafio para sua gestão, já que praticamente toda cidade está afetada pelas más condições do pavimento asfáltico.
Belkis reclamou de matéria publicada pelo NovoNegocião na edição anterior comparando a atenção e empenho do executivo na recuperação de vias nos bairros ditos “nobres” em relação a periferia. O diretor Hernani Corrêa respondeu que muitas queixas chegam semanalmente a redação do jornal com munícipes reclamando do asfalto em seus bairros. “Percebemos um sentimento de abandono e esquecimento entre essa população e talvez pela demora repercute a ideia de que bairros com moradores de classe social mais abastadas tem prioridade na realização das obras de recapeamento”, explicou Corrêa.
O fato é que a promessa e expectativa de que o recape asfáltico chegue a essas localidades vem de longa data, atravessou a gestão Toshio Misato sem que o problema fosse resolvido, culminando com a maior deterioração que se verifica nos últimos anos. A prefeita contestou a ideia de que só estão sendo priorizados os bairros nobres dizendo que ainda existem muitas ruas ruins na Nova Ourinhos, no Jardim Tropical, Jardim Paulista e que tem isso decorado na cabeça.
Segundo Belkis a prefeitura trabalha simultaneamente em vários bairros tanto nas áreas periféricas como nos bairros considerados ricos. “Nós já demos uma boa adiantada em relação a Vila Brasil e Jardim Josefina, agora com a 2ª parte da Boa Esperança 2ª secção, depois voltamos para Vila Marcante. Como vocês sabem nós já fizemos vários bairros, são trechos na Vila Marcante, Margarida, estou falando do que já foi feito. Nós fizemos alguns trechos também da Cohab, Vila Odilon, Vila Moraes, Mano, Cdhu (2ª etapa) e Vila Brasil, são vários trechos em vários bairros, e não é justo dizer que privilegiamos os bairros ricos”, salientou.
A prefeita afirmou ainda que sua preocupação é muito grande, não somente porque a população reclama, mas porque “a gente quer dar conta e não dá”.
Conforme informações da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, 90% das obras de recuperação do asfalto da cidade estão vinculadas a recursos oriundos de emendas parlamentares junto as outras esferas superiores de governo. Recape feito com recursos da própria prefeitura se limitam a locais onde foi aplicado polímero a frio, o chamado rejuvenescimento asfáltico, listando apenas a Avenida Miguel Cury e Rua Vitalina Marcusso que leva a FATEC, UNESP e AME.
Sobre a questão, a prefeita disse que a demora na liberação desses recursos é ocasionada pelo tramite necessário desde a elaboração do projeto da obra pela prefeitura, até a análise, viabilidade, aprovação e liberação dos governos estadual e federal. Devido ao fato dos recursos dessas emendas serem limitados, insuficientes, algumas vias estão sendo recuperadas por etapas devido a necessidade de que novos recursos sejam alocados através de outras destinações que possibilitem o serviço completo nessas ruas.
“Serviço pela metade” – Ainda sobre o mal estar com a população que pode vir a criticar a prefeitura por supostos serviços incompletos com ruas pavimentadas pela metade, apenas algumas quadras recebendo o serviço em vez de ruas inteiras, Belkis disse que gostaria que a imprensa divulgasse a situação à população, mostrando a forma como está sendo feito o trabalho. “É o que temos por hora, é claro que nós estamos correndo atrás, buscando conseguir fazer o trabalho. Nós vamos fazer de tudo pra resolver o problema, mas é melhor ficar 50% contente do ficar 100% descontente, por isso que desde o começo tenho falado em trechos e não em ruas inteiras”.
Qualidade do asfalto – Sobre a qualidade do asfalto, Belkis defendeu o uso tanto do asfalto a frio e quente dizendo que os dois materiais são de boa qualidade. O diferencial é o tempo de secagem e maturação, o frio é mais demorado e o quente mais rápido. Destacou que se esse tempo de maturação não é respeitado pelos motoristas que trafegam nas vias sem que elas estejam liberadas, o material se deteriora e compromete a qualidade do serviço.
A prefeita comemorou a recente liberação de recursos do governo estadual no valor de R$ 1.897 milhão que serão aplicados na pavimentação das ruas que foram mais danificadas pelas chuvas de setembro de 2014 e começo de 2015. São trechos de ruas que receberam operação tapa buracos e agora vão ser definitivamente recapeadas.
As vias foram relacionadas no projeto feito pela prefeitura no início de 2015 e enviado para o governo Alckmin que apenas meses depois liberou o dinheiro. Para a prefeita infelizmente é assim que as coisas estão caminhando, são ruas prioritárias que foram escolhidas e apresentadas ao governo do estado que enviou técnicos para avaliação.
Belkis lembrou que alguns trechos contemplados por essa verba, mesmo tendo recebido a operação tapa buracos, tiveram suas condições pioradas por causa de chuvas posteriores ao serviço provisório.
Tráfego intenso – Sobre ruas de intenso tráfego, que servem de ligação a várias regiões, como a Rua Barão do Rio Branco incluída nesse pacote de recape em apenas duas quadras (da Rua Antonio Prado até Rua Narciso Migliari), a prefeita explicou que tudo depende de outras emendas parlamentares.
Estas duas quadras estão incluídas na verba do Governo do Estado, o restante da extensão da Barão do Rio Branco, que se estende da Rua José Bonifácio na Barra Funda até a Vila Perino (cerca de 1.500 metros), depende do dinheiro de uma emenda parlamentar cadastrada no governo federal em março de 2014, mas com o período de eleições tudo foi suspenso. Nessas condições estão outras ruas importantes como Rua Joaquim dos Remédios, Ovídio Gregório de Jesus (do supermercado São Judas até o Marrera) e Rua Pedro Migliari Tico.
“Na ocasião nós acreditamos que no máximo em três meses estaríamos recapeando essas ruas que são vias imprescindíveis e desde então eu não me canso de telefonar, pedir e cobrar. No começo do ano quase liberou mas o ministério das cidades recuou devido a burocracia que lançou o recurso não como convênio e sim como custeio. Essa operação tem que ser revertida com um novo processo, o que está atrasando o dinheiro para o recape dessas ruas” explicou.
Sobre as Ruas José Bonifácio e Vitório Christoni, importante corredor viário que interliga (aproximadamente 2 km) a Avenida Jacinto Sá ao Jardim Santa Fé/Paineiras/Vila São Luiz, afirmou que também estão contempladas. Mas preferiu não falar em prazos, revelando que existem mais quatro emendas totalizando R$ 1.100 milhão que já foram cadastradas no SICONV – Sistema de Cadastramento de Convênios. Igualmente é a condição da emenda de R$ 2 milhões do deputado federal Capitão Augusto, anunciada no início de março e até o momento não liberada.
Usina de asfalto própria – Sobre a possibilidade do município ter sua própria usina de asfalto CBQU (quente) como sugeriu o vereador Cido do Sindicato, segundo o qual com R$ 500 mil poderia montar essa usina, o secretário de obras, Engº José Roberto de Barros Carvalho, disse que a questão não se resume em valores. Depende também de aprovação da CETESB, pois a atividade envolve produtos químicos e isso compromete sua viabilidade. “Betão” revelou que está tentando viabilizar uma Usina Móvel de Asfalto para produção de micro pavimento (frio). Tem capacidade de produção de 15 a 20 metros cúbicos para recapeamento “dutti”, o tal do rejuvenescimento asfáltico, o mesmo material usado na avenida Miguel Cury.
É utilizado sobre uma mesma base, que se tiver muito defeito é preparada com reperfilamento, onde se aplica a massa que é mais flexível e resistente. A sua durabilidade é de até 25 anos, e segundo o Engenheiro, seria o tipo de serviço ideal para recuperar bairros inteiros com mais economia. O custo da Usina Móvel gira em torno de R$ 350 mil.
“Betão” considera uma usina a quente importante só que tecnicamente não seria fácil de operacionalizar, usinas de asfalto quente tem que trabalhar com temperaturas constantes, o material utilizado tem que estar sempre aquecido, em movimento para ser aplicado a 250 graus. “Tem-se mais dificuldade na produção do asfalto quente pois os fornos não podem ser desligados e ligados conforme a necessidade, tem que estar sempre produzindo. Hoje o fornecimento desse produto e sua aplicação são terceirizados. No momento uma usina móvel faria o contraponto com quantidade de emendas contemplando vias principais, a usina móvel supriria o serviço nos bairros mas uma usina a quente seria de grande utilidade”, destacou o secretário.
Em conversa com a reportagem o secretário comprometeu-se a enviar ao NovoNegocião a relação de todas as ruas que já foram recuperadas bem como as respectivas metragens das vias que receberam novo pavimento asfáltico. Por meio de carta, a prefeitura enviou somente a relação das mesmas (quadro em destaque)
Ruas com recapeamento asfáltico realizado na gestão de Belkis
Rua Gaspar Ricardo
Rua Ataliba Leonel
Rua Espírito Santo
Avenida Nilo Signorini
Rua Mato Grosso
Rua José Felipe do Amaral
Stelio Machado Loureiro
Rua Ângelo Martins
Rua Santos Dumont
Av. Horácio Soares
Av. Gastão Vidigal
Av. José Esteves Mano Filho
Av. Henrique Migliari
Rua Vereador Adelino Breve
Rua Henrique Pontara
Rua Benjamin Constant
Av. Vitalina Marcusso
Rua dos Trabalhadores
Rua 7 de Setembro
Rua 14 de Julho
Rua Vinicius Persiani
Rua Bras Christoni
Rua Rui Barbosa
Rua Gonçalves Ledo
Rua Paraná
Rua José Galvão
Rua Ari Barroso
Rua Governador Armando Sales
Rua Senador Salgado Filho
Rua Dom Pedro I
Rua Miguel Vita
Rua Álvaro Ferreira de Moraes
Rua Ipiranga
Rua Liberdade
Rua João Bento Vieira da Silva Netto
Rua João Alexandre
Rua Virgulino Nogueira
Rua Antonio Tonetto
Rua Onofre Antonio Pasquetta
Rua Duque de Caxias (Vila Brasil)
Rua Carlos Zanuto
Travessa Conceição G. Damasceno
Rua Luiz Bruzão
Rua Álvaro Rolim
Rua Antônio Segala
Rua José Oliveira da Silva
Rua André Gasparoto
Rua Profº. José Augusto de Oliveira
Av. Miguel Cury
Ruas que receberão recapeamento nas próximas semanas
Jornalista Heron Domingues – Vl. Brasil
Trecho Av. Henrique Migliari – Pq. Minas Gerais
Trecho Rua Antonio Prado – Vl. Marcante
Trecho Rua Chile – Vl. Marcante
Trecho Rua Japão – Vl. Marcante
Trecho da Av. Fausto Matachana – Jd. América
Trecho da Rua José Justino de Carvalho – Jd. Matilde
Trecho da Rua Francisco Dias Negrão – V. Kennedy
Trecho da Rua Euclides da Cunha
A prefeitura ainda enviou as ruas e respectivas metragens que receberão recapeamento com a verba de R$ 1.897.063,68 conquistada junto ao Governo do Estado, relação que já publicamos na edição anterior, em matéria enviada por sua assessoria.
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