segunda, 17 de março de 2025
Publicado em 23 dez 2016 - 11:53:30
Alexandre Q. Mansinho
Ourinhos experimentou em 2016 a face mais cruel da crise econômica nacional: todos os setores do comércio amargaram perdas e houve um número recorde de falências, demissões e encerramentos de empresas. Basta caminhar pelo calçadão da Rua Paraná, ou circular pela região central para verificar a quantidade de lojas fechadas. No entanto, comerciantes e especialistas consultados durante todo o ano, afirmaram que esse atual período de recessão está com os dias contados e que 2017 será o ano do início da melhora de todos os índices.
Passou a ser comum na paisagem da nossa cidade as placas de “vende-se” ou “aluga-se” se multiplicando nas fachadas dos imóveis. Altos índices de desemprego justificam essa situação: “quando as pessoas mais pobres ficam sem emprego elas improvisam, dividem o aluguel com outras famílias e até vão morar com parentes”, é o que diz o Dr. Eitor Martins, advogado e corretor de imóveis que atua no mercado imobiliário há 40 anos. “Essa atual crise econômica atingiu em cheio os mais pobres, não há comparação com as crises do período Collor ou do período FHC. Em minha imobiliária sempre tive uma média de 7 ou 8 casas desocupadas, hoje esse número é 60”, completa.
Em Ourinhos, no entanto, o comércio de produtos relacionados à beleza apresentou pouca retração – houve até o surgimento de novas lojas especializadas no setor, contrariando a tendência do mercado. Gabriel Souza de Oliveira, gerente da Rede Bella Center Cosméticos, alerta que os números estão longe de indicar que existe um clima de tranquilidade. “Investimos na formação dos nossos colaboradores, aqueles que atendem os clientes precisam ter, além de paciência e simpatia, conhecimento a respeito dos produtos”, afirma.
Até a campanha eleitoral, que sempre foi marcada pelo desperdício de dinheiro e grandes ações de marketing, nesse ano de 2016 experimentou uma nova fase: a economia. As campanhas tiveram que ser realizadas mais na sola de sapato, devido ao pouco dinheiro e a fiscalização, pois todos tiveram medo de fazer algo que pudesse custar o registro da candidatura.
Osvaldo Henrique Pereira, comerciante com 20 anos de experiência no mercado de motos novas e usadas, acredita que mesmo em um cenário de desaquecimento, o usuário de motocicleta procura alternativas: “o cliente que procura uma motocicleta de baixa cilindrada quer preço baixo e praticidade. As vendas à vista e os parcelamentos caíram um pouco, mas o número de clientes que procura o consórcio aumentou”. Ainda segundo Osvaldo, mesmo nas compras usando financiamento, o cliente mudou de postura: “eu realizava aqui muitos financiamentos de 100% do valor da moto, fato que aumentava os juros que o cliente teria que pagar; agora eu faço mais financiamentos com uma porcentagem menor, incidindo assim menos juros para quem compra”. Portanto, para 2017 o que se espera, em todos os setores, é a volta dos investimentos e, passada a crise política, o início de um longo processo de recuperação que pode durar um longo tempo.
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