segunda, 19 de maio de 2025
Publicado em 12 ago 2016 - 03:58:35
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“Eu era um jovem normal, nunca tive envolvimento com crime e nunca dei trabalho para a polícia. Sempre estudei e sou um homem trabalhador. Depois da morte do Bryan a minha vida mudou, hoje tenho medo da polícia que deveria me proteger”, é o que diz Wesley Moraes, testemunha do assassinato de Bryan Bueno. Wesley relata que vem sofrendo repressão desde a morte de seu amigo. Durante um evento musical, na cidade de Santa Cruz do Rio Pardo/SP, ele foi abordado de forma violenta pela polícia “em nenhum momento os policiais me falaram o porquê da abordagem, os amigos que estavam comigo também foram abordados mas liberados em seguida. Eu fui levado para trás dos banheiros químicos e intimidado. Diziam coisas como ‘você é bandido’ e outros xingamentos. Só me resta pensar que isso se deve ao fato de eu ser testemunha contra um policial militar”, afirma.
O jovem espera, assim como os familiares de Bryan, que a justiça seja feita. “Só que eu estava presente sabe, o que houve ali só quem estava presente pode relatar. Perdemos não só mais um cidadão de bem, perdemos um amigo. Se perdeu um filho. Um jovem que tinha um futuro pela frente, que acabou em segundos. Era só para ser mais uma noite divertida entre amigos”. O Caso Bryan ganhou repercussão internacional, uma vez que a Polícia Militar de Ourinhos está sendo acusada de dificultar a apuração dos fatos por meio de adulteração de provas e perseguição de testemunhas. Wesley reafirmou para o NovoNegocião que após o assassinato de Bryan, ele e os demais ocupantes do carro foram levados para o batalhão e lá mantidos ilegalmente por mais de 6 horas, enquanto o carro em que estavam, que deveria ser mantido intacto para a perícia da Polícia Civil, foi lavado por policiais militares.
O Conselho Estadual de Direitos Humanos está dando assistência ao jovem, existe até a possibilidade de Wesley ser incluído no programa de proteção à testemunha. O comando do 31º Batalhão de Ourinhos foi questionado sobre as denúncias, mas até o fim dessa edição ainda não se pronunciou.
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