terça, 15 de outubro de 2024
Publicado em 15 mar 2021 - 23:40:04
Professores apontam papel do farmacêutico: da pesquisa até a linha de frente de atendimento
Rose Pimentel Mader
A coordenadora do Curso de Farmácia do Centro Universitário UNIFIO, professora mestre Cristiane Guarido e o professor doutor Paulo Obreli Neto, docente do Curso, destacam a importância da atuação do farmacêutico no combate à COVID 19.
Quando pensamos em COVID 19 uma das primeiras coisas que vem em nossa mente é a necessidade de um diagnóstico rápido e confiável. O farmacêutico esteve presente na pesquisa de desenvolvimento de testes laboratoriais e testes rápidos para identificar a presença do SARS-CoV-19 ou de seus anticorpos. As análises clínicas são uma das áreas onde temos maior número de farmacêuticos trabalhando, e nos laboratórios de análises clínicas, o farmacêutico é responsável pela coleta das amostras (swab da orofaringe ou sangue) e realização dos exames laboratoriais.
Outra ferramenta importante para identificação de casos suspeitos de COVID 19 é a realização dos testes rápidos; na qual é uma atividade privativa do farmacêutico nos estabelecimentos farmacêuticos (farmácias e drogarias). A realização dos testes rápidos em farmácias permitiu acesso mais rápido e ampliado da população à testagem; como por exemplo, segundo um levantamento da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (ABRAFARMA), foram realizados mais de 1 milhão de testes rápidos em farmácias e drogarias no período de 20 de abril a 1 de novembro de 2020.
O farmacêutico também tem atuado nas pesquisas de desenvolvimento das vacinas contra COVID 19 e, uma vez que vacina é um medicamento, e o farmacêutico possui grande conhecimento nas áreas de microbiologia, imunologia, farmacologia, química e tecnologia farmacêutica (ciência relacionada à produção de medicamentos), controle de qualidade (físico-químico, microbiológico) e garantia da qualidade; não há produção de medicamentos sem o farmacêutico pois várias atividades são privativas deste profissional e por este motivo, integram as equipes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Butantan e tantos outros centros de pesquisa que atuaram nos estudos clínicos.
Inclusive, um dos diretores técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que foi responsável pela avaliação da aprovação para uso emergencial das vacinas utilizadas até o presente momento em nosso país, trata-se de uma farmacêutica (Dra. Meiruze Sousa Freitas); reforçando a expertise do farmacêutico nos processos de produção de vacinas eficazes e seguras, concluído num tempo recorde de nove dias.
A atuação dos farmacêuticos clínicos nos hospitais, auxiliando médicos e demais profissionais de saúde na avaliação do medicamento mais apropriado para cada paciente, desde a dose mais adequada, riscos de interações medicamentosas, até às ocorrências de reações adversas aos medicamentos também deve ser levada em consideração, pois estudos realizados em vários países tem verificado que a atuação do farmacêutico clínico no monitoramento de pacientes com COVID 19 em hospitais (incluindo Unidades de Terapia Intensiva) promove resultados clínicos, humanísticos e econômicos positivos.
Também tem sido importante a atuação de farmacêuticos em unidades de saúde da atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS) e farmácias comunitárias na orientação da população sobre formas de prevenir a COVID 19, sinais e sintomas de alerta que requerem procurar atendimento médico, orientação e avaliação farmacoterapêutica dos medicamentos prescritos para pacientes com COVID 19 que estão em tratamento ambulatorial (aqueles que não precisaram ser hospitalizados).
A formação do farmacêutico engloba conhecimentos e habilidades em análises clínicas, produção e controle de qualidade de medicamentos, mecanismo de ação e outros aspectos dos medicamentos, isso possibilita que o farmacêutico seja um profissional de saúde atuando desde à pesquisa de testes e vacinas até o uso dessas tecnologias.
A pesquisa de vacinas e de medicamentos nesta fase da pandemia tem feito com que os farmacêuticos trabalhem dobrado na indústria e na logística para suprir os serviços de saúde; estão dando suporte ao funcionamento das 90 mil farmácias, mesmo durante o isolamento social, e realizaram mais de 1,4 milhão de testes de COVID-19 nesses estabelecimentos, além de garantir a realização de exames nos laboratórios de análises clínicas, de apoiar o atendimento nos hospitais e de assegurar a qualidade da assistência à saúde, na vigilância sanitária, sem contar a sua participação decisiva para a chegada da vacina ao Brasil.
Farmacêuticos sempre estarão a postos, para avaliar, certificar e autorizar os próximos lotes de vacinas, seja de forma emergencial ou definitiva!
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