sexta, 06 de dezembro de 2024
Publicado em 25 nov 2016 - 04:02:37
José Luiz Martins
Motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres convivem diariamente com congestionamentos nas ruas do centro da cidade de Ourinhos. Tráfego de caminhões e ônibus, falta de vagas para estacionamento, lentidão e ruas estreitas são os problemas mais presentes. Essas dificuldades de mobilidade urbana na cidade se repetem há anos e têm desafiado os gestores da área a encontrar soluções que, se não resolvem os problemas, que pelo menos minimize as dificuldades e riscos em transitar.
A implantação da 3ª faixa nas Ruas Expedicionário/Duque de Caxias, uma das principais vias da cidade, foi realizada em 2010 pela Coordenadoria Municipal de Trânsito. Na ocasião o então diretor de Engenharia de Tráfego, Fabiano Luís Trovo, justificou a implantação alegando que a medida daria maior fluidez ao tráfego e diminuiria o número de acidentes. Desde então circular na Rua Expedicionário tem sido alvo de polêmica, as reclamações de quem trafega na via, seja de carro, moto ou de bicicleta mostram que o espaço é pequeno transformando a rua em um corredor estreito e muito inseguro. Recentemente o vereador Alexandre Dauage (Zóio) cobrou da Prefeitura a volta de 2 faixas na via argumentando que acidentes no trecho são constantes tendo como principal causa a falta de espaço. Conforme Dauage, o descontentamento é geral e ainda observou que há muitos caminhões e ônibus trafegando no local ocupando duas faixas, trazendo um risco maior de ocorrência de acidentes principalmente nos horários de pico.
A reportagem do NOVO NEGOCIÃO conversou com vários condutores de carros, motociclistas e ciclistas, esses dois últimos os mais vulneráveis e expostos a acidentes. As entrevistas aconteceram na última quarta-feira por volta das 18:30hs, horário de pico do trânsito nas ruas centrais com muitos veículos indo e vindo. Para Júnior, auxiliar técnico que trafega diariamente por ali a rua é um corredor bem apertado, ele contou que já presenciou vários acidentes no local: “Agorinha acabei de bater no retrovisor do carro dirigido por uma senhora, ela está aqui atrás. Por enquanto não tive nenhum acidente mesmo, mas já vi vários. Sempre na hora de ir embora do trabalho a gente vê algo acontecendo. Teve um amigo meu que foi passar de uma faixa a outra, fecharam e bateram na moto dele. Ele ficou estirado no chão um tempão enquanto o resgate não vinha”.
“O trânsito de Ourinhos não é fácil não”. Declarou o gerente de RH Ismael que se diz acostumado com o tráfego apertado da Expedicionário. “Olha nunca tive problema nessa rua mais o cuidado tem que ser redobrado, já acostumei, mas tem que tomar bastante cuidado e ficar atento com o movimento dos lados e atrás”, alertou o motorista da vila Soares. Já a professora Maria Antonieta Dias condutora de automóvel, disse à reportagem que motos e bicicletas são os veículos que correm mais riscos de acidentes e reclamou dos apressadinhos: “É um perigo, principalmente quando tem moto querendo ultrapassar, parece que eles não sabem andar atrás dos carros. Eu quase me envolvi em acidente aqui, principalmente com bicicletas que andam pelas laterais do lado dos carros, poderiam mudar isso né,” sugeriu a professora.
Para o servidor público da SAE Isaías Rodrigues que usa sua bicicleta como meio de transporte para ir e voltar do trabalho, quando eram somente duas faixas era melhor e mais seguro. O ciclista que trafega pela Expedicionário e Rua Duque de Caxias todo dia reclama da falta de respeito com quem pedala, também do excesso de velocidade de carros, motos e revelou que quase foi atropelado por um ônibus. “Tem moto e carro que abusa pra caramba, correm demais dá até medo às vezes. A gente fica espremido, eles passam muito perto se bobear derrubam a gente. Outro dia uma circular foi desviar de um carro e veio pra cima de mim, foi por pouco”, disse Isaías.
“Acho que é muito complicado manter três mãos aqui nessa rua, está muito estreito e cada vez mais perigoso”, avaliou o agente funerário João Paulo Bráz. Segundo ele, o que mais se observa no trânsito da via são as fechadas, diz ser difícil para todos os condutores e quem não prestar atenção uma hora ou outra pode se envolver em uma ocorrência. “Já aconteceu comigo de levar uma fechada, pra mim o problema aqui fica pior por causa dos caminhões e ônibus, eles ocupam mais da metade da rua e deixam o trânsito mais lento. Seria melhor que voltasse a ser só duas pistas, é mais seguro,” disse.
Outros condutores ouvidos pelo jornal foram unânimes ao dizer que a via tornou-se perigosa e acreditam que uma maneira de dar mais segurança a quem trafega pela rua é manter duas faixas de rolamento. Houve também quem sugerisse que fosse suprimido o estacionamento de um dos lados, acreditando que a medida poderá deixar o trânsito mais organizado e seguro na Rua Expedicionário.
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