sexta, 24 de outubro de 2025

COM CRASE OU SEM? Entenda o uso da crase e veja dicas para nunca mais errar

Publicado em 29 ago 2025 - 17:52:05

           

Professor de português explica as principais armadilhas do acento agudo e dá orientações práticas para aplicar as regras gramaticais

 

Da redação

 

Mesmo pessoas que dominam bem o português muitas vezes se sentem inseguras quando o assunto é a crase. O acento grave indicativo da fusão da preposição “a” com o artigo definido “a” (ou “as”) costuma gerar confusão, especialmente por ter muitas regras e exceções.

 

Segundo o professor de português, Lino Gonzaga de Oliveira, a dificuldade vem do fato de que a crase depende de uma dupla exigência gramatical. “É preciso analisar se a palavra anterior exige preposição e se a palavra seguinte aceita artigo. Nem sempre isso é intuitivo para quem escreve ou fala”, explica.

 

 

AFINAL, O QUE É A CRASE? – A palavra “crase” vem do grego krâsis, que significa fusão ou mistura. Na gramática, ela indica a junção de duas vogais idênticas – no caso, a preposição “a” com o artigo definido “a”.

Essa junção é sinalizada pelo acento grave (à). “Apesar de parecer apenas um detalhe gráfico, a crase é fundamental para a clareza e correção do texto”, ressalta o professor. Ele destaca que o fenômeno ocorre em contextos muito específicos, o que exige atenção ao construir frases.

 

 

POR QUE TANTA GENTE ERRA A CRASE? – Uma das maiores dificuldades está no número de regras e exceções. Em muitos casos, o uso da crase é obrigatório; em outros, é proibido – e há ainda as situações em que o uso é facultativo.

“Isso confunde bastante os estudantes. Por isso, é essencial treinar e revisar os principais contextos em que o acento deve ou não ser usado”, afirma o docente. Ele recomenda fazer exercícios práticos e observar exemplos para ganhar mais segurança.

 

 

POR QUE É IMPORTANTE ACERTAR O USO DA CRASE? – Dominar a crase não é apenas uma questão de norma culta. O uso correto pode impactar diretamente o desempenho em redações de vestibulares, concursos públicos e processos seletivos.

Além disso, transmite profissionalismo em e-mails e documentos no ambiente corporativo. “Escrever corretamente é um diferencial, e a crase costuma ser um dos primeiros erros notados por quem revisa ou avalia um texto”, afirma Oliveira.

Ele reforça que, em contextos formais, errar a crase pode comprometer a credibilidade da mensagem.

 

 

QUANDO USAR CRASE? – A crase deve ser usada quando houver a junção da preposição “a” com o artigo definido “a” ou com pronomes demonstrativos femininos que admitam essa fusão. Veja alguns casos comuns:

 

Antes de palavras femininas: “Fui à escola mais cedo.”

Com locuções prepositivas, conjuntivas e adverbiais femininas: “Chegou à meia-noite.” / “Fez tudo à pressa.”

Diante de pronomes demonstrativos femininos: “Referiu-se àquela situação complicada.”

“O truque é perguntar: o verbo exige preposição? E a palavra seguinte aceita o artigo ‘a’?

Se sim, a crase é necessária”, orienta o professor.

 

 

QUANDO NÃO USAR CRASE? – Há também regras claras para quando a crase é proibida:

 

Antes de palavras masculinas: “Foi a pé até o centro.”

Antes de verbos: “Começou a estudar mais tarde.”

Antes de pronomes pessoais, de tratamento ou indefinidos: “Entreguei a ela o documento.” / “Respondeu a qualquer um.”

Diante de nomes de cidades que não usam artigo: “Viajou a Roma.”

 

 

DICA FINAL PARA NUNCA MAIS ERRAR – O professor ensina um teste simples para verificar se a crase deve ser usada: tente substituir a palavra feminina por uma masculina equivalente.

Se o “à” virar “ao”, é sinal de que há crase.

 

Exemplo: “Fui à escola” → “Fui ao colégio.”

 

 

“Esse tipo de comparação ajuda muito a internalizar a regra de forma prática”, conclui o professor.

 

 

O especialista: Lino Gonzaga de Oliveira é graduado em Letras com habilitação em Português, e possui pós-graduações em Língua Portuguesa e Literatura e em Psicopedagogia. Atua há vinte e três anos na área educacional, tendo experiência como docente para o Ensino Fundamental, Médio e Ensino Superior.

 

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