Ourinhense faz homenagem à mãe falecida menos de dois meses após o pai

Neide Machado

Quando meu pai ficou acamado, todos nós, os oitos filhos, fazíamos revezamento para cuidar dele. Como ele acordava muito a noite, separamos meus pais de quarto para dar uma melhor qualidade de sono para minha mãe.

Quando nosso pai precisava do nosso auxílio ele chamava “Maria, Maria”, independente do filho que ali estava, então éramos todos Maria.

Nos últimos meses minha mãe ficou internada após sofrer um AVC hemorrágico bilateral.

Ficou muito debilitada, ela dormia a maior parte do tempo, alimentação por sonda, não falava, ela era a nossa “Bela Adormecida”.

Mas como não estávamos num conto de fadas a luta seguia… dia 24/01/22 ela testou positivo para o Covid.

Foi transferida para a ala do Covid, quarto 104 onde meu pai se encontrava há cinco dias internado.

Ali teve o último encontro deles, encontro de almas, encontro da despedida, encontro silencioso, encontro marcado por Deus. Meu pai veio a falecer no dia 25 de janeiro deste ano.

Minha mãe seguia internada lutando pela vida e superou a covid, ela era a pessoa mais forte, a mais guerreira que eu já conheci, mulher amada pelos filhos, irmãos e amigos, sempre muito receptiva com as pessoas, com um carisma que conquistava a todos. Mãe bondosa e cheia de fé.

Maria Ap. Machado *21/10/1938 – +16/03/2022

Mas no dia 16/03/22 Deus quis ela junto Dele, a partida é dolorosa, o último adeus rasga nossas almas, mas sua missão aqui na terra foi cumprida com excelência e devemos ser gratos por Deus ter permitido a sua presença tantos anos conosco.

“Mãe já estou com saudade do seu abraço, do seu sorriso, do seu cheiro, do seu bolo de laranja, quando fecho os olhos vejo flashs de lembrança da minha infância e a vida toda passa em minha mente, o conforto que tenho é a certeza que a Senhora e o pai estão juntinhos agora, e Deus está cuidando de vocês!