quinta, 30 de janeiro de 2025
Publicado em 07 maio 2022 - 11:08:57
José Luiz Martins
Para quem está em busca das emoções que a poesia pode proporcionar, dois lançamentos de diferentes escritores ourinhenses marcam o mês de maio e movimentam a cena cultural e literária da cidade. Os autores Daiane Almeida e Cícero de Pais lançam suas respectivas obras poéticas na Biblioteca Tristão de Athaide em diferentes datas neste mês, dia 11 e 27 de maio respectivamente.
CICERO DE PAIS – Intitulado “Jardim Imaginário”, o novo livro de Cícero de Pais é a nona publicação de poemas do autor entre várias obras publicadas transitando pelo humor, literatura infantil, romance, prosa e verso. O poeta já dirigiu grupos de teatro, criou e adaptou textos teatrais, organiza concursos de poesia e é ilustrador.
Para ele escrever é um hobby, “ao contrário de outros que preferem pescar ou jogar futebol, eu gosto é de escrever, pintar e assistir ou participar de peças de teatro”. De acordo com o artista, a arte nos livra do tédio e os versos poéticos permitem a compreensão da vida de forma mais intensa”, destaca.
A apresentação da obra na contra capa de “Jardim Imaginário” foi escrita pela Publisher da Editora Multiverso Dani Theodoro e diz: “Esta obra contém a complexidade da alma humana, ao mesmo tempo em que, antagonicamente, revela a ânsia do autor em buscar e mostrar a simplicidade da vida. Durante esse Itinerário, vocês leitores, não encontrarão respostas prontas. Poderão ver planetas distantes, admirar um pôr do sol ou a dança das estrelas, sentir nostalgia e esperança, sonhar acordados, deitados numa rede de frente a uma janela chamada mundo. E nessa viagem, outros mundos surgirão, com robôs futuristas que compõem poemas, desabrigando os poetas de carne e osso; com um amor de uma noite apenas; cafés quentes enquanto alguém dialoga com pássaros; hinos de uma banda imortalizada; gavetas que podem guardar invisíveis poesias. Enfim, mundos condensados num Jardim Imaginário…”.
“Jardim Imaginário”, a nova obra do escritor ourinhense Cícero de Pais terá seu evento de lançamento dia 27 de maio (6ª feira) às 18h na Biblioteca Tristão de Athaide, mas, já pode ser encontrada na Banca Central, Praça Mello Peixoto, centro de Ourinhos. E também na Editora Multiverso pelo fone (14) 99664-5774 ou e-mail: editoramultiverso@gmail.com
UM DOS TRABALHOS PUBLICADOS PELO AUTOR
Quem veio no barco voador? (infantil)
A hora do sonho (poemas)
Ponte sobre o amanhecer (poemas)
Lua solidária (poemas)
Juão Grandão (infantil)
O segredo do caixa 2 (humor)
Arte efêmera (prosa e verso)
A outra vida de Jesus (romance)
Teatro – textos encenados:
O tesouro do fantasma
Grandes esperanças
Mistura notável
Esquetes circenses
We’ve never been so happy
João e Maria no mundo da imaginação
Labirinto
Flores para Maroca
Auto de Natal
A alma do negócio
Textos adaptados:
Dom Quixote (Miguel de Cervantes)
Metamorfoses (Franz Kafka)
DAIANE ALMEIDA – “O Antídoto se Retira do Veneno”. Esse é o título do livro de poemas escritos da poetisa, artista plástica e professora de filosofia Daiane Almeida, e será lançado no próximo dia 11 de maio quarta-feira. O evento acontecerá a partir das 18h30 na Biblioteca Tristão de Athaide na Avenida Rodrigues Alves, 141 – Centro.
Os convidados serão recepcionados com um Sarau de lançamento com apresentação musical da cantora instrumentista Lívia Meneghin, número solo de dança do ventre com a Prof.ª Solange Ferreira da Rocha e a presença das poetisas Angélica Ferrazini, Tereza Luz e o poeta Luiz Matheus Périco recitando poemas. “O Antídoto se Retira do Veneno” é o primeiro livro de Daiane Almeida, lançado online em 2020. Passados dois anos, agora será apresentado para os apreciadores de poesia presencialmente pela primeira vez.
Daiane Almeida é poetisa, artista plástica e professora de filosofia
A ourinhense Daiane nasceu no final dos anos 80 e revela sonhar desde pequena ser cantora, algo que ainda precisa realizar. Com influências do filósofo, crítico cultural, poeta e compositor Friedrich Nietzsche cujos escritos exibe a predileção por metáforas, ironias e aforismos.
Utilizando a poesia como caminho para expressar as dimensões da vida seja na religião, moral, cultura contemporânea, filosofia, política e afins; sobre sua biografia a poetisa avisa: “constará em suas poesias, melhor forma de conhecê-la sem filtros, já que suas vivências são o adubo de sua jovem produção poética”.
Preparando-se para o lançamento do seu 2° livro ainda no inverno de 2022, Daiane Almeida falou à reportagem sobre a obra “O Antídoto se Retira do Veneno” que, segundo ela, é um “pequeno amontoado de poesias, move vísceras e incomoda o ego, mas traz também doces devaneios sobre a natureza que resiste em meio à sociedade contemporânea – tão politicamente correta e mentirosa”, observa.
“Tive de fazê-lo, tive de me livrar disso tudo para seguir adiante, em futuras escritas mais leves, menos críticas e mais contemplativas, dignas de vencer concursos de poesias, será?” cogita ela.
Aos leitores ela alerta, “existem muitas interrogações que irão lhe perturbar a seguir – às vezes é um saco confesso (pra não dizer um belo palavrão agora… os deixei para o recheio do livro)”. Muitas vezes só queremos sonhar e ver coisas alegres, uma espécie de fast food para o cérebro, como na Disney e seus finais felizes. Bom amigo leitor, eu também gostaria! Mas sem que eu perceba, já vi na flor pulgões, e acabo tendo que dizer, instigar, reflexionar, enfim, filosofar sobre a existência assim como ela se mostra”.
QUASE PARAFRASEANDO SCHOPENHAUER: “Vendo nas coisas que todos nós vemos pensamentos que a maioria ainda não pensou”. Daiane diz que escrever é uma necessidade, não uma escolha, é por tudo para fora ou implodir. Reflexiva ela aponta que a essa necessidade é algo que vem conforme o peso que as coisas tomam, e o quanto ocupam o pensamento. “E o que pensamos faz torvelinhos enlouquecedores, então, resumidamente, o ato de externalizar o que sinto em crônicas poéticas, ou poesias compridas sem métrica, é o meu jeito de sobreviver ao peso da existência”.
SALTANDO PARA O REAL: “É que quando se retira a comodidade de um eu em sua psique, os valores duais em seu horizonte cristão e os padrões da normalidade social a vida torna-se realmente aquilo que é: algo que não se traga ou sorve facilmente como cigarros ou café em um bar tocando jazz, com universitários teorizando sobre socialismo ou feminismo, sem terem estado num ônibus às sete da manhã, nem menos terem lavado uma privada alguma vez na vida”.
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