quinta, 18 de abril de 2024

Se toque mulher, o diagnóstico precoce do câncer de mamas salva vidas!

Em entrevista exclusiva, Cybele Alessandra Mendonça de Oliveira, que faz tratamento de câncer em Ourinhos, fala um pouco de sua vida e mostra a importância do autoexame e exames preventivos.

 

Marcília Estefani

 

Mais um ‘Outubro Rosa’ acontece marcado por ações que visam chamar a atenção das mulheres para a necessidade de prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. O movimento é celebrado anualmente desde os anos 90, e tem como símbolo o laço cor-de-rosa, porém, este continua sendo o tipo de câncer mais frequente na mulher brasileira.

 

 

O objetivo da campanha é compartilhar informações sobre o câncer de mama, abordando também nos últimos anos o câncer do colo do útero, promovendo a conscientização sobre a doença, proporcionando maior acesso aos serviços de diagnóstico e contribuindo para a redução da mortalidade.

O câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. Cerca de 2,3 milhões de casos novos foram estimados para o ano de 2020 em todo o mundo, o que representa cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas nas mulheres. As taxas de incidência variam entre as diferentes regiões do planeta, com as maiores taxas nos países desenvolvidos.

Para o Brasil, foram estimados 66.280 casos novos de câncer de mama em 2021, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres. As maiores taxas de incidência e de mortalidade estão nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.

PRINCIPAIS SINAIS – Os sintomas mais recorrentes de câncer de mama são: caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região embaixo dos braços (axilas).

 

 

FATORES DE RISCO – Não há uma causa única para o câncer de mama. Diversos fatores estão relacionados ao desenvolvimento da doença entre as mulheres, como: envelhecimento, determinantes relacionados à vida reprodutiva da mulher, histórico familiar de câncer de mama, consumo de álcool, excesso de peso, atividade física insuficiente e exposição à radiação ionizante, por isso, é necessário estar sempre atenta.

AUTOEXAME – Grande parte dos carcinomas de mama podem ser descobertos através do toque, por isso é extremamente importante que a mulher conheça sua própria mama e seja capaz de notar qualquer alteração visível ou nódulo palpável, daí a importância do autoexame das mamas. Manter os exames preventivos em dia, estar atenta aos sinais e sintomas suspeitos e procurar logo uma Unidade Básica de Saúde para avaliação é o caminho ideal. O SUS oferece tratamento gratuito e integral para mulheres com diagnóstico de câncer de mama.

 

 

Nesta o jornalismo do Negocião teve o imenso prazer em conversar com Cybele Alessandra Mendonça de Oliveira, 50 anos, professora, analista de sistemas, moradora de Ourinhos, que vivenciou há alguns meses a experiência de ser diagnosticada com câncer de mama.

 

 

“O ano passado eu senti um nódulo no autoexame e procurei um médico. Todo o ano eu já fazia mamografia, aí o médico pediu uma nova mamografia e seis meses depois fiz um ultrassom”, conta Cybele.

A professora relata que foi diagnosticada com câncer de mama em janeiro deste ano [2021] e teve cirurgia marcada para o mês de maio. “Era um nódulo sozinho, sem raízes, mas na cirurgia o tumor já tinha dado três filhotes e foi necessário retirar toda a mama e toda a axila (…) depois de feita a biópsia, tive o diagnóstico final de carcinoma invasivo”.

Cybele explica que tudo foi feito pelo SUS, de forma bastante rápida, que fez sua cirurgia em Marília e logo depois foi encaminhada novamente para Ourinhos, onde segue em tratamento no Hospital Monzillo. “É um conforto poder fazer o tratamento aqui mesmo, porque aqui temos dentista, nutricionista, fisioterapeuta, médica oncologista, e assistência direta na Santa Casa”.

 

PRIMEIRA REAÇÃO – O impacto da descoberta da doença, trouxe à Cybele o medo de morrer. “A primeira reação, é que a vida acabou, acabou a graça de tudo… eu fiquei com medo de morrer…”

Contrariando suas expectativas naquele momento, a paciente foi encorajada pelos médicos, que afirmaram que as chances de cura eram altas, que ela iria viver muitos anos, pois hoje, quanto antes o diagnóstico for feito, maiores são as chances de sobrevida e cura. “Eles me deram muita esperança, mas afirmaram que vou fazer tratamento até o fim dos meus dias”, lembra.

TUDO É DIFÍCIL E DOLOROSO – Questionada sobre o pior momento que viveu durante este tempo de luta, a mulher conclui que é difícil apontar um só momento. “Difícil dizer. É um tratamento doloroso demais. Em todos os sentidos. Emocional quando se perde o cabelo, físico porque passa mal e as reações da quimioterapia são desagradáveis e fortes… o simples fato de tirar sangue se torna difícil”.

AMOR QUE CONFORTA – Ainda que tudo seja muito sofrido e doloroso, Cybelle lembra de toda dedicação, atenção, amor que os pacientes recebem da equipe de profissionais que acompanham o tratamento. “Graças a todas as enfermeiras, equipe que dá assistência pra gente, que são pessoas muito especiais, amorosas, atenciosas, delicadas, isso faz com que a gente se sinta especial e acalma nosso coração, faz o tratamento ser um pouco menos doloroso, ameniza um pouco, porque eles estão ali dando toda atenção que eles podem pra gente, o tempo inteiro, toda assistência, todo amor, eles se dedicam muito e isso nos conforta e é gratificante”.

 

 

DE MULHER PRÁ MULHER – Olhando para dentro de si hoje, Cybele faz um alerta à todas as mulheres, para que se toquem todo mês, façam o auto exame todo mês. “Se notarem algo diferente como um nódulo, pele de cor diferente, formato da mama meio estranho, que procurem um médico o quanto antes porque no dia seguinte pode ser tarde…”

Sobre ser uma guerreira nesta batalha árdua, Cybele se diz extremamente grata pelo tratamento que está recebendo. “O câncer é uma doença que muda nosso modo de ver a vida e pensar em tudo. Mas sou grata por ter mais uma chance de ressignificar minha vida”.

Atualmente, Cybele, que é viúva e tem dois filhos, se dedica totalmente e exclusivamente ao tratamento, se exercitando e procurando seguir uma alimentação saudável e apropriada.

 

PROGRAMA MULHERES DE PEITO

Neste mês em comemoração ao Outubro Rosa, o AME Ourinhos está oferecendo o agendamento do exame de mamografia para mulheres com idade entre 50 a 69 anos, ligando gratuitamente: 0800-779-0000

 

 

Para agendar, tenha em mãos:

CPF, RG ou CNH;

Cartão SUS;

Comprovante de endereço com CEP.

Obs: Não há necessidade de um pedido médico para fazer o agendamento.

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