sexta, 19 de abril de 2024

Em meio à pandemia, preços disparam nos supermercados

Arroz, feijão e óleo são os produtos com diferenças mais significativas nos valores

 

Letícia Azevedo

 

O tradicional prato do brasileiro está pesando no bolso e segundo estimativas deve pesar cada vez mais. O preço médio do arroz e do feijão, base da alimentação nacional disparou desde o início da pandemia do novo coronavírus.

Em alguns estabelecimentos, o pacote de 5 kg de arroz, que era encontrado, em média, por R$ 14, agora está custando R$ 22 dependendo da marca. Porém, isso não vem acontecendo apenas com a dupla favorita do brasileiro. Itens de primeira necessidade como leite, óleo, massas e carne bovina são os campeões em reclamação da população.

 

“Em alguns estabelecimentos, o pacote de 5 kg do arroz, que era encontrado, em média, por R$ 14, agora está custando R$ 22”

 

 

O aumento de valores de produtos importados ou que são fabricados a partir de insumos que vêm de fora do país, são justificados pela alta do dólar. É o caso, por exemplo, do trigo, usado para a fabricação de pães, bolos e biscoitos. Metade do trigo consumido no Brasil é importada, segundo a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento).

Mas o que não dá pra negar é que em meio a um momento complicado, em que diversas pessoas perderam os seus empregos, e que passam por extremas dificuldades financeiras, os valores das mercadorias vêm tirando o sono das famílias.

 

“O arroz e o feijão são itens básicos na nossa mesa, então não tem como deixá-los pra trás”.

 

A dona de casa Lucinéia Olivaldo, relatou ao Negocião que vem acompanhando os valores dos alimentos e que boa parte deles está sendo deixado pra trás. “O arroz e o feijão são itens básicos na nossa mesa, então não tem como deixá-los pra trás. Mas o leite é um item de luxo hoje nas compras do mês. Infelizmente o nosso salário não teve nenhum reajuste, então é impossível acompanhar a alta dos valores dos produtos. A única alternativa é substituir um alimento por outro”.

 

Lucinéia Olivaldo – “Infelizmente o nosso salário não teve nenhum reajuste então é impossível acompanhar a alta dos valores dos produtos”.

 

Substituir alimentos é o que a operadora de telemarketing Liane Santana vem fazendo. Segundo ela, essa está sendo a única alternativa que sua família encontrou para manter o famoso arroz, feijão e carne. “Desde que a pandemia começou o óleo, o arroz e principalmente a carne teve uma alta absurda. Eu venho substituindo carne bovina por frango, carne de porco e até mesmo ovo. Pesquisar os preços também vem ajudado um pouco. Os supermercados vêm praticando diferentes preços e isso dá diferença no final. Tenho estado de olho também nas promoções que cada estabelecimento pratica. Temos que comprar cada item em um lugar diferente, se quiser economizar” – explicou.

 

Liane Santana – “Temos que comprar cada item em um lugar diferente, se quiser economizar”.

 

OUTRO LADO

 

Nossa reportagem percorreu algumas das grandes redes de supermercados de Ourinhos, que não quiseram dar entrevista, mas de maneira geral apontaram que o valor das mercadorias citadas (arroz, feijão, óleo e carne bovina) está sendo repassado ao cliente com margens menores de lucro.

O grande período de estiagem também foi citado por todos, quando o assunto era a carne e o leite. “Por estarmos em um período muito seco, no qual a vegetação cresce menos, diminuindo a alimentação do gado, é necessário oferecer uma suplementação ao animal. Esses custos extras são repassados para o produto final”, afirmam.

 

O grande período de estiagem colaboram com as altas nos preços quando o assunto era a carne e o leite

 

O comerciante Ricardo Dias, dono de um empório na Vila Nova Sá, alegou que outros fatores, além do aumento do dólar, influenciam no aumento do preço dos produtos.

“Como supermercadista estou sofrendo com o aumento de algumas mercadorias que são sazonais, como ovos e como o açúcar, que está no final da safra. Com o aumento do dólar, muita coisa foi repassada. E ainda temos alguma dificuldade referente ao frete. Muitas mercadorias saem do sul do país e vêm até aqui, e o motorista voltava com outra mercadoria, que agora não tem mais, porque as indústrias estão paradas ou funcionando com a metade da capacidade. Então acabamos tendo que arcar com o frete de vinda e de retorno para esses estados, o que acaba onerando o valor do custo da mercadoria” – explicou o comerciante.

 

DENÚNCIAS

O Procon afirma que o consumidor que se sentir lesado pode realizar denúncia, enviando uma foto do produto com etiqueta de preço, ou da gôndola com seu preço visível. Também será aceita como prova a nota fiscal, propaganda com o preço ou troca de mensagens com informações de valores (orçamento).

O contato com o Procon pode ser feito pelo telefone (14) 3302-0600, pelo e-mail procon@ourinhos.sp.gov.br ou nas páginas de redes social do Procon Ourinhos no Instagram e Facebook (@proconourinhos).

 

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