quinta, 28 de março de 2024

Santa Casa de Ourinhos encerra atendimentos pelo convênio IAMSPE

De acordo com nota emitida pelo IAMSPE, a Santa Casa não manifestou interesse em manter os atendimentos, por alegar que o valor repassado pelo convênio não seria satisfatório a Instituição

 

Letícia Azevedo

 

A Santa Casa de Misericórdia de Ourinhos encerrou no último dia 8 de agosto, o atendimento para os conveniados do IAMSPE (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual). Após o término do contrato, o funcionalismo ourinhense deve buscar atendimento de urgência nas cidades da região.

De acordo com nota emitida pelo IAMSPE, a Santa Casa não manifestou interesse em manter os atendimentos, por alegar que o valor repassado pelo convênio não seria satisfatório a Instituição. Porém, os valores repassados aos Hospitais pelas consultas e procedimentos, seguem um padrão, não sendo possível a realização de pagamentos diferenciados.

O Instituto repassa ao hospital aproximadamente R$ 400 mil mensais, no chamado teto extra (quando é necessário um valor maior que o pago por ano), para atender aproximadamente 7.000 titulares, dependentes e agregados da região. Por ano, são 4.800.000 mil repassados à Santa Casa.

Além de pacientes de Ourinhos, a Santa Casa atende mais de 60 municípios. No Centro-Oeste Paulista, o IAMSPE possui postos de atendimento próprios localizados nas cidades de Marília, Cândido Mota, Santa Cruz do Rio Pardo e Tupã. Os atendimentos de urgência e de realização de exames também são efetuados nesses centros.

Segundo nota emitida pelo IAMSPE, a Santa Casa exige um reajuste na tabela de pagamentos que, segundo a Instituição, é padronizada. “Em agosto de 2020, a Santa Casa Ourinhos solicitou cancelamento de convênio com o Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (IAMSPE). A Instituição pediu em maio deste ano uma nova proposta de reajuste da tabela de procedimentos, diferente do que foi acordado em contrato. A tabela de valores é padronizada e atende uma rede credenciada de cerca de 970 unidades entre Hospitais, Clínicas e Laboratórios em todo o Estado. Com a decisão da Santa Casa Ourinhos, os pacientes cadastrados poderão realizar atendimentos de urgência nas cidades de Marília, Cândido Mota, Santa Cruz do Rio Pardo e Tupã”.

 

Denizal Vieira – “É claro que todos os usuários estão preocupados. Nós fomos pegos de surpresa”.

 

De acordo com Denizal Vieira, vice-presidente da Associação dos Oficiais de Justiça do Estado de São Paulo – AOJESP, e membro da Comissão Municipal do IAMSPE, os servidores estão extremamente preocupados com a incerteza dos atendimentos. “É claro que todos os usuários estão preocupados. Nós fomos pegos de surpresa. De um dia pro outro soubemos que não seríamos mais atendidos pelo convênio. Nem tivemos tempo de tentar uma negociação. É triste, desvalorização a toda a classe de servidores”.

Denizal relatou que o momento é inadequado, pois diante do cenário da pandemia do Covid-19, diversos servidores estão na linha de frente, trabalhando e se arriscando. “São funcionários de presídios, policiais civis e muitos outros funcionários, que para o bom funcionamento dos serviços, continuam trabalhando, se expondo. E justamente nesse momento estamos sem atendimento. É preocupante” – relatou.

Luís Horta, coordenador regional e diretor estadual da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), disse que a Santa Casa agiu de maneira totalmente unilateral prejudicando a todos os funcionários. “Não houve nem sequer uma negociação. Apontaram que os valores repassados pelos procedimentos e pelas consultas não são o suficiente. O que nos leva a pergunta: Qual a diferença dos serviços prestados pela Santa Casa de Ourinhos, haja vista que o Hospital de Marília, por exemplo, continua realizando os atendimentos. O que a Santa Casa oferece para que os mais de 4 milhões de reais não sejam o suficiente para atender aos usuários?”.

 

Luís Horta – É uma completa afronta ao funcionalismo público. Falta de empatia a todos nós que desempenhamos por muito tempo funções de extrema importância para o estado.

 

O professor relatou que a situação incomoda e que a falta de empatia por parte do Hospital traz muita decepção aos usuários. “É uma completa afronta ao funcionalismo público. Falta de empatia a todos nós que desempenhamos por muito tempo funções de extrema importância para o estado. É intrigante que os valores repassados pelo IAMSPE para o Hospital sejam tão irrelevantes. São 80 hospitais espalhados pelo estado e recebendo o mesmo valor que era repassado à Santa Casa de Ourinhos. Porque apenas para ess instituição não é o suficiente?”.

 

SANTA CASA DE OURINHOS

O jornalismo do Jornal Negocião entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Santa Casa de Ourinhos, questionando sobre os motivos que levaram o hospital a não renovar o contrato, se não houve uma contra proposta, uma negociação entre as partes, mas a instituição decidiu não se manifestar sobre o assunto.

 

NOVOS LOCAIS DE ATENDIMENTO

Os usuários do IAMSPE que necessitarem de atendimento emergencial devem procurar pela Unidade de Pronto Atendimento de Ourinhos. Os Hospitais disponíveis para atendimento na região são:

Associação de Caridade Santa Casa de Misericórdia Imaculada Conceição – em Cândido Mota;

Hospital Universitário de Marília – Marília;

Santa Casa de Misericórdia de Tupã – Tupã;

Santa Casa de Misericórdia de Santa Cruz do Rio Pardo – Santa Cruz do Rio Pardo.

 

 

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