quarta, 15 de janeiro de 2025

Ourinhos: cidade abandonada!

Publicado em 04 nov 2016 - 04:11:13

           

 Alexandre Q. Mansinho

Em todas as secretarias, em todas as repartições e entre todos os funcionários e usuários dos serviços municipais a sensação é só uma: a cidade está abandonada! Procurada pela reportagem do Jornal Novo Negocião por várias oportunidades, a chefia de gabinete da Prefeitura de Ourinhos não retornou os contatos, aumentando ainda mais a sensação de que, para a atual gestão, o ano de 2016 já chegou ao fim.

Com o corte das horas extras e readequação dos horários de algumas repartições, a cidade já apresenta sérios problemas: há bueiros entupidos, lâmpadas queimadas, sujeira e monumentos históricos em péssimo estado de conservação. Segundo informações de funcionários, a ordem é economizar e deixar de lado todos os serviços considerados não essenciais: “foram dispensados muitos ocupantes de cargos de confiança que tinham funções importantes, a cidade foi muito prejudicada”, afirma A.B.S., funcionária da Secretaria da Educação.

Com o objetivo de economizar com transporte dos alunos, energia elétrica, água e demais gastos transitórios, o Governo Belkis tem lançado mão do direito que a administração municipal tem de decretar pontos facultativos – nos últimos dois meses foram dois, que deixaram os serviços públicos municipais parados por quase duas semanas. Esses pontos facultativos, mesmo representando uma economia imediata, não são bons para a cidade: dias de aula são perdidos nas escolas, consultas médicas são adiadas, os poucos serviços de manutenção que estão sendo realizados ficam atrasados e, o mais importante, a população fica sem ter para quem recorrer quando precisa de atendimento em alguma secretaria.

Um bom exemplo dos reflexos da situação de abandono na qual se encontra a cidade é o número de moradores de rua que estão se juntando na região da Rodoviária de Ourinhos. Ademir Paulo do Prado, um desses moradores, faz uma grave denúncia: “nós estamos abandonados aqui, o povo da social (Secretaria de Serviço Social) não liga mais pra nós, nem lá no POP (Serviço de Proteção Social Especial de Média Complexidade) eles estão aceitando mais”, desabafa: “a gente come daquilo que nos dão, eu só queria um emprego e um lugar temporário pra morar”.

Alguns prédios que abrigavam secretarias estão abandonados, sujos e com a fachada transparecendo a situação de descaso que a cidade enfrenta. O setor de Comunicação Social da Prefeitura, quase todo formado por cargos em comissão, foi desmontado da noite para o dia: “saí um dia, no outro, logo pela manhã, fiquei sabendo que estava desempregada”, diz T.C., ex funcionária do setor: “sabíamos que com a derrota do Toshio todos os cargos de confiança seriam mandados embora, mas não desse jeito, sem aviso, sem planejamento nenhum”.

Gastou-se muito e gastou-se mal – durante a gestão Belkis foram inúmeras as denúncias de uso exagerado de verbas que deveriam ser empregadas de forma mais inteligente. O Jornal Novo Negocião denunciou por diversas vezes gastos absurdos com veículos de imprensa e aluguéis desnecessários. O próximo governo terá uma missão muito difícil: sanear a bagunça administrativa e cumprir com as inúmeras demandas da população.

 

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