José Luiz Martins

A Associação dos Diabéticos de Ourinhos (ADO) divulgou no início desta semana um comunicado endereçado aos vereadores onde consta a decisão da Secretaria de Saúde do município sobre o corte na realização de exames laboratoriais. Conforme o divulgado, alguns exames feitos pelo Laboratório Central de Saúde de Ourinhos não estão mais sendo coletados desde a última segunda-feira dia 10. Para o presidente da ADO, Júlio Cesar Benatto, o corte é um descaso com os pacientes e médicos salientando que os portadores de diabetes entre eles crianças, adolescentes e idosos serão os mais penalizados. Conforme Júlio entre os exames que deixaram de ser feitos está o de Hemoglobina Glicada que é de vital importância para saúde dos diabéticos. É através desse exame que os médicos tomam a conduta necessária para prescrever a dosagem correta de insulina, o aumento ou diminuição. Sem os exames em mãos os pacientes que necessitam do monitoramento dos níveis de diabetes não terão como passar pelas consultas médicas e consequentemente correm sérios riscos do agravamento a saúde.

Esse e outros problemas relacionados a saúde pública foram motivos de vários pronunciamentos na última sessão da Câmara. Chamou atenção o vereador Edvaldo Lucio Abel (PSDB) ligado a atual administração, que se pronunciou dizendo que algumas situações na saúde pública são inconcebíveis e não podem acontecer. Vadinho criticou o que chamou de “descaso do tamanho do mundo”. Suas críticas à administração a qual também pertence enquanto membro do grupo político, de certa forma podem ser entendidas como a confirmação de que a crise da saúde no município é maior do que aparenta ser. “Não dá para entender. Tudo bem que estamos chegando ao final de uma administração que foi criticada, várias vezes usei a palavra aqui pedindo e cobrando. E agora no final do ano essas pessoas mais necessitadas que precisem desse exame estão sendo penalizadas. Quero pedir encarecidamente ao secretário de saúde André Melo para que reveja isso”, pontuou o vereador dizendo ainda que fez várias tentativas de contato com Melo sem sucesso. Até a manhã de quinta-feira (13) a situação dos pacientes diabéticos estava inalterada, com o corte dos exames a Associação dos Diabéticos informou que já oficiou o Ministério Público e as consultas de monitoramento estão sendo suspensas.

Falta de vagas para internação – Em suas críticas e cobranças o vereador foi além e aproveitou para falar sobre a falta de vagas para internação na Santa Casa. Segundo o vereador na noite de sugunda-feira 11 pacientes atendidos pela UPA aguardavam na Unidade de Pronto Atendimento a liberação de vagas para internação no hospital. “Os pacientes foram encaminhados para Santa Casa, mas não foram recebidos”. Lembrou que não é de hoje que as cobranças sobre as recusas de internação estão sendo feitas. “Nós estamos cobrando e exigindo um posicionamento sobre essa questão faz muito tempo. Não podemos deixar a população na forma como está essa situação. O que vem ocorrendo é que a UPA atende essas pessoas, os médicos encaminham os pacientes por escrito e a Santa Casa não está atendendo”.

O parlamentar enfatizou afirmando que depois que o hospital passou a ser estruturante com atendimento para todas as cidades da região, os pacientes de Ourinhos estão sendo esquecidos. Para o vereador a questão está relacionada ao repasse de recursos financeiros e é necessário que se retire dinheiro de qualquer outro lugar para livrar os pacientes dessas condições de longa e temerosa espera. “Nós atendemos aqui algumas pessoas que tiveram familiares que foram a óbito na UPA e como resposta encaminhamos os casos ao Ministério Público. O que está acontecendo hoje é um descaso imenso com vidas de pessoas carentes que necessitam de internação. Se a Santa Casa não tem vaga esses pacientes tem que ser encaminhados para outros centros”, criticou Edvaldo Lucio Abel. Finalizando o vereador cobrou uma resposta do secretário André Melo que também foi procurado pela reportagem do NovoNegocião na última terça-feira no Centro de Saúde, mas não foi encontrado e não atendeu aos recados deixados na secretaria.