Alexandre Mansinho

Através de uma simples consulta nas ocorrências registradas em Ourinhos na Central de Polícia Judiciária é possível perceber que o cuidado com os idosos deve ser redobrado no que diz respeito a serviços bancários e recebimentos de aposentadoria e benefícios do INSS. Aposentados e idosos se transformaram no novo alvo dos estelionatários. “É raro uma semana que não tenhamos ocorrências de pelo menos 4 golpes de estelionato envolvendo aposentados – eles descobriram que alguns aposentados não se dão muito bem com a tecnologia e usam disso para poder tirar dinheiro deles”, diz um agente do CPJ local.

“Seu cartão foi clonado” – A modalidade mais usada tem sido a do “falso recall” – uma pessoa fazendo-se passar por agente de um banco, liga na casa do aposentado e informa que seu cartão foi clonado e, para que o banco possa fazer a substituição ela deve entregar o cartão, acompanhado da senha, para um motoboy que irá até a residência dela para efetuar a coleta. De posse do cartão e da senha os bandidos retiram dinheiro e fazem compras sem o menor constrangimento. “Estou com vergonha, parecia verdade” – E. R. S., de 80 anos, disse em depoimento à Polícia Civil que tanto a pessoa ao telefone quanto o falso “motoboy da empresa” eram muito educados, prestativos e atenciosos. Muitos aposentados, quando percebem que foram vítimas de um golpe, não procuram a polícia por vergonha.

Golpe do Fundo de Garantia vencido – Outra vítima, um aposentado de 68 anos, morador de Jacarezinho/PR que estava em Ourinhos a trabalho, perdeu R$ 2.860 após cair no golpe do Fundo de Garantia vencido, na tarde de quarta-feira, 12.

Na delegacia o aposentado contou que foi abordado por um homem na porta do banco Bradesco, que lhe perguntou se ele era aposentado. Ao confirmar foi informado que tinha um valor para receber referente a Fundo de Garantia vencido.

Após muita insistência o aposentado aceitou voltar ao caixa eletrônico e obrigado a informar sua senha. O estelionatário realizou três transações, a primeira um saque no valor de R$ 330, R$ 1.100 e em seguida fez um empréstimo de R$ 1.430 em nome do aposentado, dividido em 48 vezes de R$ 165.

Após as transações o aposentado foi forçado a entrar no carro do estelionatário, onde ficou por várias horas rodando por diversos lugares. A vítima foi deixada na entrada de Jacarezinho/PR.

Para evitar tais situações, Sra Maria, aposentada e entrevistada pelo Negocião afirmou que não costuma conversar com estranhos e que pede informações sempre á funcionários do próprio bancos. 

Segundo o delegado da DIG de Ourinhos, Dr. João Beffa, os familiares não devem permitir que pessoas idosas andem desacompanhadas ou até façam negócios sem a presença de alguém da família: “quando o bandido percebe que tem uma outra pessoa, como um neto ou um filho, acompanhando o idoso e ajudando-o, esse bandido tende a encerrar o golpe e buscar outra vítima”.