Alexandre Q. Mansinho

No último domingo a população ourinhense foi às urnas e escolheu, além do prefeito, um grupo de 15 vereadores. A importância dos vereadores é extrema, visto que eles são responsáveis pela formulação de leis e pela fiscalização dos atos do prefeito. No caso específico das últimas eleições, o que se viu nas ruas foram os mesmos vícios de sempre: boca de urna, suspeitas de compras de votos e uma quantidade absurda de “fiscais” de partido que, contrariando a lei, se esforçavam para conseguir votos de última hora para seus candidatos. Embora a câmara tenha se renovado em 60%, tal renovação não representa necessariamente uma melhor qualidade: desses que se tornaram vereadores pela primeira vez, poucos tem curso superior e um deles nem concluiu a 8ª série. Chama a atenção também a trajetória dos vereadores, poucos têm identificação com causas populares e conhecimento das demandas de todos os setores da sociedade. Não há educadores entre os eleitos, e nem há pessoas que possam propor leis relevantes para dar uma resposta às necessidades do município no setor da Educação. Conforme já antecipado pelo Novo Negocião, houve um aumento no índice de ausências dos eleitores: dos 77 mil eleitores inscritos, quase 34% não compareceu às urnas e outros tantos 10% dos que foram anularam o voto ou votaram em branco – é um recado claro: a população não está se sentindo representada pelos eleitos. Houve apenas uma mulher eleita para a próxima legislatura, no entanto a trajetória política dela não indica que irá se identificar com as causas feministas, aliás, o perfil da próxima legislatura será extremamente conservador – nenhum dos candidatos têm identificação com causas relacionadas às minorias. Quatro candidatos que concorreram ás eleições não tiveram nenhum voto, nem o próprio – fato que comprova a falta de compromisso dos partidos na hora de compor o quadro de candidatos para a campanha.