Da redação

Se dependesse somente de Ourinhos e região, em sua quarta tentativa eleitoral, é bem provável que o agora deputado federal Capitão Augusto não tivesse sido eleito. Mas, sua base institucional na Polícia Militar de todo o Estado de São Paulo, garantiu para Ourinhos o tão sonhado deputado federal, um deputado nascido e criado no município.

A jornada – ou a saga – da conquista do credenciamento do SUS para o serviço de Oncologia da Santa Casa de Ourinhos faz lembrar sua eleição, ambas fruto de absoluta persistência em busca de seu objetivo. Os mais próximos afirmam que essa é uma característica do capitão da Polícia Militar que virou deputado federal. Parece que o não existe não para ele, parece que a palavra impossível está fora do seu vocabulário.

Dos 8 anos em que a Santa Casa investe na ideia de um serviço de oncologia de qualidade credenciado pelos SUS, 2 deles foram protagonizados pelo deputado Capitão Augusto, como relatam diretores e médicos da Santa Casa. Isso porque o que era para ser um percurso natural, considerando as excelentes condições técnicas do “Hospital do Câncer”, atestadas pelo próprio Ministério da Saúde, contou com inúmeros obstáculos com força suficiente para abortar esse sonho, sobretudo de pacientes e seus familiares, já cansados das viagens intermináveis a Jaú.

O primeiro socorro do deputado veio para liberar a moderna máquina de radioterapia importada pela Santa Casa do EUA, no valor de R$ 5 milhões, que ficou retida por meses na alfândega. Com a intervenção de deputado, até o Conselho Nacional de Energia Nuclear foi acionado, garantindo que o equipamento pudesse chegar a Ourinhos. Com ele são realizados exames desde agosto do ano passado em pacientes particulares e conveniados. A partir de agora, com o credenciamento, irá atender também a pacientes do SUS.

Mas nada se compara à novela que se formou após o Ministério da Saúde atestar que, pela lei, só poderia credenciar Ourinhos se houvesse algum descredenciamento na região. Para tanto, técnicos do Ministério vieram até Assis e Ourinhos aferir a competência dos dois hospitais para dar seu veredicto. A decisão foi unânime, já que a Santa Casa de Ourinhos, mesmo com baixo número de atendimentos, justamente por ainda não poder atender pacientes do SUS, conseguiu montar uma estrutura moderna e adequada. De outro lado, o Hospital Regional de Assis foi reprovado por não estar cumprindo seus compromissos com o SUS, nem em quantidade e nem em qualidade.

A partir daí começou uma guerra política entre 14 prefeitos da região de Assis, com apoio de pelo menos dois deputados a favor daquela região, e, do lado de Ourinhos, apenas o deputado federal Capitão Augusto. Isso explica as idas e vindas, os prazos anunciados de credenciamento de Ourinhos que mudavam a cada investida da região de Assis, sobretudo na instância estadual.

O resultado todos sabem. Depois de décadas com Assis levando órgãos governamentais e serviços importantes, finalmente uma vitória para Ourinhos e toda a região. Neste caso, Assis também será contemplada, já que lá não era oferecido o tratamento por radioterapia, sendo necessário que seus pacientes também se dirigissem para Jaú. Com o serviço em Ourinhos, ficará mais perto também para os assisenses e cidades próximas. O Governo do Estado de São Paulo também garantirá a manutenção do tratamento por quimioterapia, por sua conta, agora sem os recursos federais do SUS.