sexta, 26 de julho de 2024

Cobrança nos shows pode resolver antigas reclamações da população

Publicado em 02 jun 2017 - 12:40:20

           

Alexandre Mansinho

Moradores das imediações do Parque Olavo Ferreira de Sá sempre reclamam dos incômodos que, todos os anos, ocorrem em suas vidas durante a FAPI. Um grupo de seis pessoas que residem em ruas próximas ao lago do parque, aceitou falar com o Jornal Negocião tendo garantia de anonimato.

Cobrança de ingresso – “Eu penso que vai ser positivo, vai tirar os baderneiros daqui (…) só espero que, já que eles não vão poder assistir ao show, não fiquem vandalizando nas ruas próximas do parque”, diz C. N. B., comerciante: “as portas abertas custam caro para nós, os ônibus estacionam nas entradas das garagens, não há respeito, parece que a FAPI é um “estado de exceção” onde nós, munícipes, perdemos nossos direitos de cidadãos”, protesta.

Violência – Durante a FAPI há um aumento no número de ocorrências de desinteligência (forma como as autoridades chamam as brigas por motivos fúteis) e, segundo os moradores, o “palco” dessas desinteligências são seus portões: “aqui a gente não dorme durante os dias de feira, quem trabalha ou quem estuda, quem precisa acordar cedo por qualquer motivo, quem tem filhos que chegam tarde das faculdades… enfim, ninguém tem paz (…) temos medo que, mesmo sem querer, alguém seja envolvido nessas brigas de bêbados e drogados”, diz N. F. G, professora.

Uso de drogas – “Nossos portões viram território livre para uso de drogas, polícia passa raramente, os maconheiros vêm aqui e ficamos morrendo de medo – ficamos encarcerados em nossas casas”, diz N. B. N, dona de casa: “enquanto os bandidos andam soltos, somos nós que ficamos presos (…) eu odeio a FAPI, só vou lá de dia porque meus netos querem andar nos brinquedos, tirando isso, eu preferiria que ela não existisse”.

“Isso dá lucro pra cidade”? – “Os comerciantes de comida são de fora, os expositores são de fora, até aqueles que trabalham são, na maioria, de outras cidades… será que isso dá lucro para Ourinhos?”, questiona H. S. O., vendedor: “eu ando pela feira todos os anos e raramente vejo alguém que seja de Ourinhos trabalhando ou sendo beneficiado de alguma forma”.

A reportagem do Jornal Negocião procurou a Associação Comercial e algumas empresas envolvidas na realização do evento – ninguém quis gravar entrevista e nem se pronunciar de forma oficial, mas no período em que a Feira é realizada,  os setores de turismo, hotelaria, comércio formal e estabelecimentos ligados a vida noturna (restaurantes e lanchonetes) registram aumento nas vendas devido aos profissionais de outras cidades e às pessoas que vem a feira e, por mais variados motivos, acabam consumindo no comércio local.

“Motel ao ar livre” – Outra reclamação das pessoas é que as ruas que são próximas ao recinto viram um “motel ao ar livre”: “é uma palhaçada, minha filha de dez anos já viu um casal se pegando aqui nesse terreno em frente, a segurança fica só no recinto para nós sobram os desgostos”, afirma R. N. O., dona de casa.

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