quarta, 09 de outubro de 2024
Publicado em 22 maio 2022 - 10:58:55
Segundo a Secretaria de Saúde as dificuldades em conter o avanço da dengue em Ourinhos não são peculiares, são as mesmas de outras cidades
José Luiz Martins
Após um período recente de aumento de chuvas e temperaturas elevadas a propagação da dengue tem avançado em Ourinhos. Já são 466 casos confirmados de acordo com os boletins semanais elaborados pelo setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde. Em janeiro (02) e fevereiro (03) foram registrados os primeiros 19 casos.
No mês março o número de novos casos saltou para 110, abril 196 casos e maio 141 ocorrências, demonstrando o rápido avanço da doença com a maioria dos casos autóctones, ou seja, quando a incidência da doença ocorre entre os moradores do próprio município.
Os agentes de endemia têm reforçado as visitas nas residências como forma de identificar focos de dengue e também com o objetivo de orientar os moradores sobre a importância de realizar ações necessárias de combate ao mosquito.
Segundo a Secretaria de Saúde as dificuldades em conter o avanço da dengue em Ourinhos não são peculiares, são as mesmas de outras cidades, como a falta de acesso aos domicílios por ausência dos moradores ou mesmo casos em que as pessoas negam entrada e vistoria dos agentes de saúde às residências.
E são nos domicílios da cidade seja em bairros considerados nobres ou na periferia, sem distinção, onde é encontrada a imensa maioria (80%) dos focos de proliferação do mosquito Aedes Aegypti, o inseto vetor do vírus da doença.
Combatendo o mosquito
A Vigilância Epidemiológica de Ourinhos salienta que ações simples podem ajudar no combate ao mosquito, como conservar o quintal sempre limpo, evitar água parada em pequenos objetos, pneus, garrafas e vasos de plantas, manter caixa d’água sempre fechada e realizar limpeza periódica, descartar lixo de forma adequada.
Os casos de dengue no país ocorrem o ano todo em qualquer estação, basta ter água limpa parada por menor que seja a quantidade para que a fêmea mosquito infectada pelo vírus deposite seus ovos ocasionando a proliferação do inseto e, consequentemente, da doença que pode levar à morte e cuja contaminação se dá com a picada da fêmea.
A forma da doença pode ser benigna ou grave, considerando fatores como o tipo de vírus, reinfecção, e fatores individuais como doenças crônicas, entre elas anemia falciforme, diabetes e asma brônquica.
Cidades paulistas com mais casos e mortes
Este ano no estado de São Paulo já são mais de 107 mil casos de infecção de dengue e 77 mortes até o início de maio, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. No mesmo período em 2021 foram 41 mortes entre 104 mil casos registrados.
Com mais de seis mil notificações a cidade de Votuporanga no noroeste do estado, há 350 km de Ourinhos, lidera a lista dos municípios que mais registrou casos de dengue em 2022. Na sequência estão Araraquara (cidade com mais mortes: oito vítimas fatais) com 5,4 mil casos, seguido por São José do Rio Preto com 4,8 mil pacientes infectados, capital paulista aparece em quarto lugar, com 4,1 mil casos; depois Birigui, com 3,7 mil ocorrências; Paulínia, com 3,3 mil; Franca, com 2,9 mil; Campinas, com 2,7 mil; Americana, com 1,8 mil; e Américo Brasiliense, com 1,7 mil.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima-se que quatro bilhões de pessoas estejam vivendo em áreas com risco de infecção pela doença. Anualmente, 390 milhões de casos são registrados no mundo, dos quais 96 milhões se manifestam clinicamente e afeta 128 países. No Brasil, a transmissão vem ocorrendo de forma contínua desde 1986, registrando o maior surto da doença em 2013, com aproximadamente dois milhões de casos notificados.
Sinais e sintomas
Há quatro tipos de vírus da dengue: Den-1, Den-2, Den-3 e a Den-4 que causam diferentes sintomas. Os mais comuns, de acordo com o Portal Drauzio Varella, são:
– Febre alta
– Dor de cabeça
– Prostração
– Dores musculares, nas juntas e atrás dos olhos
– Vermelhidão no corpo
– Náuseas
– Coceira
Já os casos mais graves costumam apresentar manchas vermelhas na pele, sangramentos, dor abdominal intensa e vômitos.
Diagnóstico e tratamento
Todas as pessoas com os sintomas mencionados acima, principalmente durante uma epidemia ou em uma época com grande quantidade de casos suspeitos devem procurar tratamento médico para serem examinadas fisicamente. É possível que exames de sangue sejam feitos para confirmar o diagnóstico. A medicação é apenas sintomática, com analgésicos e antitérmicos (paracetamol e dipirona), mas deve ser feita sob prescrição médica. É indicado ainda hidratação oral em abundância (água, soro caseiro ou água de coco), ou venosa, dependendo da fase da doença, e manter repouso são os modos de tratamento.
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