sexta, 26 de julho de 2024

Consumidores trocam cartões de crédito por cartões de loja

Publicado em 18 ago 2016 - 06:45:55

           

Em meio ao cenário de juros altos e maior restrição nas concessões de crédito, os consumidores diminuíram a posse de cartão de crédito e aumentaram o uso de cartões de lojas e supermercados. O porcentual de consumidores que utilizam cartão de crédito caiu de 42% em 2015 para 40% em 2016. Já o total dos que usam cartão de loja e supermercados avançou de 25% para 28% no período, maior patamar em pelo menos dez anos. Quanto aos critérios para a escolha da modalidade de crédito, 30% dos consumidores entrevistados disseram priorizar a rapidez na aprovação e outros 30% atribuíam a escolha ao valor das parcelas.

O cartão de loja costuma proporcionar justamente a aprovação imediata de crédito e ainda possibilita esticar mais o prazo de pagamento, o que acaba diminuindo as parcelas. As demais razões mais citadas para a escolha do crédito no varejo foram o prazo para parcelamento (25%) e a menor taxa de juros (22%). O economista da Boa Vista SCPC, Flávio Calife, explica que está mais difícil aprovar um crédito bancário do que pegar um crédito na própria loja, que depende exclusivamente do lojista.”Vai do limite de cada lojista até onde ele tem condições e se vale a pena assumir esses riscos”, explica Calife.

De acordo com o economista, o cartão de loja ainda tem a vantagem de ter normalmente juros mais baixos do que os praticados pelos cartões de crédito em caso de inadimplência, o que atrai os consumidores mais prudentes. “Há uma cautela no consumidor de tentar evitar modalidades com juros muito elevados. Os juros (no cartão de loja) são mais baixos, ou seja, o mesmo praticado no pagamento de multa de escola ou curso de inglês. Até o crédito consignado é mais caro”. Embora o uso do cartão de loja tenha aumentado no último ano, a fatia de inadimplentes nessa modalidade de crédito recuou. Segundo dados da Boa Vista SCPC, o cartão de loja era a origem de 6% da inadimplência em junho deste ano, ante uma fatia de 9% do total de inadimplentes em junho de 2015.

 

 

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