sexta, 26 de julho de 2024

Crise mantém mercado imobiliário com preços fora da realidade

Publicado em 04 ago 2016 - 07:44:19

           

Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), os valores investidos em construção e reformas de casas, por meio de financiamento bancário no Brasil, caiu 33% levando em conta o período de 2014/2015. Na prática, isso representa que toda a cadeia produtiva do setor passa por problemas. Em Ourinhos, cidade que tem grande parte de seu PIB relacionado ao mercado imobiliário, os reflexos dessa crise são visíveis.

Passou a ser comum na paisagem da nossa cidade as placas de “vende-se” ou “aluga-se” se multiplicando nas fachadas dos imóveis. Altos índices de desemprego justificam essa situação: “quando as pessoas mais pobres ficam sem emprego elas improvisam, dividem o aluguel com outras famílias e até vão morar com parentes”, é o que diz o Dr. Eitor Martins, advogado e corretor de imóveis que atua no mercado imobiliário há 40 anos. “Essa atual crise econômica atingiu em cheio os mais pobres, não há comparação com as crises do período Collor ou do período FHC. Em minha imobiliária sempre tive uma média de 7 ou 8 casas desocupadas, hoje esse número é 60”, completa.

Ao contrário do setor do comércio, que já começa a dar tímidos sinais de melhora, o setor imobiliário aparenta ainda ter um futuro sombrio: “enquanto não houver melhora no panorama político, com equipes mais técnicas e comprometidas, não haverá um clima que estimule investimentos, não havendo investimentos, não haverá geração de empregos”, é o que diz Vanderlei Christoni, especialista em mercado imobiliário. “O medo da inadimplência e os custos altos dos materiais de construção acabam mantendo os preços das casas em um patamar irreal – esse é o motivo de haver tantas casas disponíveis no mercado”.

 

Para combater essa retração do mercado, o Governo Federal anunciou um incremento de crédito no programa Minha Casa, Minha Vida. Mesmo com essa ação governamental, especialistas acreditam que teremos ainda cerca de 4 anos para que possamos recuperar as perdas e voltar a desenvolver o setor.

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