sexta, 26 de julho de 2024

Falta de vagas na Santa Casa traz secretário estadual a Ourinhos

Publicado em 04 ago 2016 - 07:48:16

           

Recentemente o falecimento de três pessoas na UPA e suas circunstâncias causaram comoção na cidade e provocou vários questionamentos e cobranças junto às autoridades da saúde. Semana passada a mídia0 divulgou a notícia de que mais uma pessoa, que necessitando de cirurgia para colocação de sonda para alimentação, aguardava vaga na Santa Casa e veio a falecer na UPA.  De acordo com a reportagem, no mesmo dia um paciente que havia sofrido uma queda e um trauma na cabeça; um jovem que precisava de uma cirurgia e um idoso, que precisava de amputação dedos do pé também passaram a noite esperando transferência e internação no hospital. Esses e outros acontecimentos tem ampliado a discussão sobre o fato de muitos pacientes, alguns em estado grave, estarem sendo mantidos em uma ala da UPA por dias às vezes, aguardando vaga para internação no hospital para tratamento especializado. Segundo informações da Santa Casa o hospital não pode receber pacientes para internação, pois, não tem leitos disponíveis. Os 28 leitos para internação e 10 unidades de UTI estão ocupados 24 horas por dia e a CROSS – Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde que faz a regulação e distribuição de vagas hospitalares no estado tem muita dificuldade em dar conta da demanda.

Na manhã da ultima 4ª feira o Secretário Adjunto da Saúde do Governo Estado de São Paulo Wilson Pollara esteve reunido com dirigentes da Santa Casa e secretários de saúde de várias cidades da região como Ipaussu, Chavantes, Timburi, São Pedro do Turvo, Salto Grande, Ourinhos e Santa Cruz do Rio Pardo.  O que se ouviu no encontro é que a grande dificuldade que os municípios enfrentam, é o atendimento em média e alta complexidade e acesso a serviços de referencia. Que quando se fala em leitos hospitalares o discurso do estado é de que ele não manda o custeio financeiro para os municípios, mas, entra com a estrutura.  O hospital das Clinicas em Marília e o hospital Regional de Assis entidades referencia para a região, não estão dando a retaguarda que as cidades precisam. Nesse contexto a Santa Casa de Ourinhos veio crescendo e aumentando a gama de serviços tendo como consequência o déficit de vagas para internação. A discussão centrou-se na necessidade de uma repactuação dos recursos distribuídos para vários municípios que devem ser direcionados para onde realmente precisam ser aplicado. Como no caso da Santa Casa de Ourinhos que atende também pacientes de baixa e média complexidade de toda região. No encontro reforçou-se a ideia de que uma maior atuação em rede é necessária com os municípios buscando soluções conjuntamente. Uma maneira de expor as dificuldades de forma prática; contrapondo a forma contábil como faz o estado muito distante da realidade dos municípios.

 O secretário aposta que a uma maior atuação da CIR (Comissão Intergestores Regional) na cogestão do espaço regional constituindo um canal permanente e contínuo de negociação e decisão entre os gestores municipais poderá resolver parte dos problemas apresentados. Segundo ele essa é forma para constituição de rede regionalizada mais eficiente, pactuando de forma consensual a definição das regras da gestão compartilhada do Sistema Único de Saúde – SUS.

Ouvido pela reportagem do NOVO NEGOCIAO o secretário de Saúde do Estado Wilson Pollara afirmou que as cidades estão usando os recursos de forma desorganizada e que a solução está na união dos recursos dos municípios. “Hoje a região de Ourinhos tem 225 leitos disponíveis e teoricamente precisaríamos de no máximo 250. Outra coisa, os recursos estão sendo utilizados sem organização e se trouxermos todos para uma central e durante as reuniões da CIR todos discutirem e trouxerem seus recursos nós vamos usar mais adequadamente,” declarou.  Pollara avaliou que a questão da falta de leitos é desencadeada pelos municípios pequenos que tem os recursos, mas não consegue utiliza-los. “Os municípios menores não tem volume de doentes que justifique a presença de uma equipe médica, especialistas e equipamentos. Na maioria das vezes o dinheiro destinado ao atendimento desses pacientes nessas cidades é utilizado e  ele é mandado para outra cidade sem mais recursos financeiros disponível para isso.”

 

Especificamente sobre a falta de leitos na Santa Casa de Ourinhos o secretário reconheceu que números da Secretária Estadual de Saúde não batem com a realidade do hospital quando se fala em taxa de ocupação tendo como consequência a falta de suporte para demanda maior: “Isso pode estar acontecendo sim. A informação que o estado tem é que a Santa Casa teria um numero maior de leitos destinado a pacientes do SUS do que realmente tem. Muito provavelmente está sendo utilizado como denominador o numero total de leitos do hospital somando SUS mais convênios.

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