quinta, 03 de outubro de 2024
Publicado em 24 mar 2021 - 10:19:13
“Por isso, o fisioterapeuta é um profissional chave no processo de tratamento dos pacientes com Covid-19. Seja como parte da equipe multiprofissional, atendimento nas unidades de terapia intensiva ou trabalhando na recuperação do paciente pós-internação”, observa o professor Júlio
Rose Pimentel Mader
O fisioterapeuta e professor doutor Júlio Agante Fernandes, coordenador do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário UNIFIO, destaca a importância da atuação do profissional fisioterapeuta no processo de recuperação de pacientes com COVID.
De acordo com o professor Júlio “a COVID-19 é infecção viral grave, que pode promover a Síndrome Respiratória Aguda Grave, conhecida como SARS do inglês – “Severe Acute Respiratory Syndrome”, uma pneumonia mais agressiva que afeta a maioria do pulmão. Ela repercute com diminuição do que chamamos de ventilação pulmonar, ou seja, a entrada e saída de ar ficam diminuídas por acúmulo de secreção dentro dos alvéolos. Este acúmulo é promovido pelo COVID-19 de forma rápida e agressiva em algumas pessoas, o que denota a gravidade e nos casos críticos a morte”.
Ressalta ainda, que “pode promover lesões no endotélio vascular formando trombos e êmbolos que semi ocluem os vasos diminuindo a perfusão tecidual pulmonar. Este processo dificulta, e muito, a troca gasosa e consequentemente a respiração caracterizando o quadro já conhecido”.
De acordo com o professor, “como forma de prevenção, deve-se seguir as medidas profiláticas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, manter os hábitos mais saudáveis possíveis e manter a prática de exercícios mesmo que forma a domicílio ou monitorados pelo profissional de Fisioterapia”.
“Este profissional apresenta graduação em fisioterapia com especialização em fisioterapia Cardiorrespiratória ou Respiratória. Necessita de conhecimentos bem aprofundados das doenças (etiologia e fisiopatologia) Anatomia, Fisiologia, Patologia, Exames de imagem e laboratoriais, Ventilação Mecânica entre outros”, afirma o professor.
“Por isso, o fisioterapeuta é um profissional chave no processo de tratamento dos pacientes com Covid-19. Seja como parte da equipe multiprofissional, atendimento nas unidades de terapia intensiva ou trabalhando na recuperação do paciente pós-internação”, observa.
Júlio Agante explica a atuação do fisioterapeuta neste caso: “durante as internações, o fisioterapeuta atua nos cuidados preliminares como a administração e controle de oxigênio. Quando o quadro de insuficiência respiratória se agrava, participa ativamente com a equipe na intubação, ventilação mecânica, mudança de decúbito (principalmente a posição prona) e melhora da função respiratória por meio de técnicas de higiene e reexpansão pulmonar. Ele atua o tempo todo em conjunto com o médico para a remissão do quadro infeccioso crítico”.
“Nos pacientes com menor gravidade e que não apresenta indicação de terapia intensiva, o fisioterapeuta atua diretamente na educação sobre a doença e o processo de tratamento, além de ações preventivas para evitar o agravamento dos sintomas que devem ser baseadas em consensos e diretrizes que fundamentam as teorias da Fisioterapia Cardiorrespiratória”.
“Quando estes indivíduos apresentam alta da UTI, é dado continuidade ao tratamento em apartamentos ou enfermarias até que ele esteja apto a receber o que chamamos de alta hospitalar. Para a reabilitação destes pacientes são pautados o seu estado físico e levadas em consideração as limitações que apresenta. Medidos estes fatores o fisioterapeuta realiza o que chamamos de fase I da reabilitação cardiopulmonar, com exercícios físicos concomitantes aos exercícios pulmonares. Sua progressão é dada através de testes como caminhada de seis minutos, Shuttle Walk test, sentar e levantar, espirometria, manovacuometria, pico de fluxo expiratório entre outros que avaliam a capacidade cardiorrespiratória do indivíduo. Eles apresentam valores preditos que indicam a capacidade de cada indivíduo de forma precisa”.
Segundo professor Júlio, “a literatura atual ainda é inconclusiva quanto as sequelas deixadas por esse vírus, porém o manejo clínico nos mostra que estes pacientes que sobrevivem a COVID-19 continuam necessitando de fisioterapia (principalmente respiratória) por um longo tempo após a alta hospitalar, classificada pelo profissional com fase ambulatorial. Os especialistas recomendam que a fisioterapia respiratória inicie tão logo a redução dos sintomas mais graves, já que os primeiros sete dias após a alta são decisivos para o desfecho da recuperação funcional e emocional do indivíduo. Ponderando os problemas como desgaste muscular, desnutrição, perda de peso, dificuldades cardiorrespiratórias e de deglutição decorrentes da intubação, o trabalho de reabilitação nesses casos pode durar de seis semanas a 1 ano”.
Para tanto as atividades propostas incluem desde o uso de um aparelho específico para trabalhar a musculatura respiratória até atividades físicas leves, que não envolvem o uso de pesos ou outros aparelhos e quando possível, progride-se na intensidade, frequência e duração dos exercícios. No caso do exercício respiratório, é necessário um acompanhamento constante do paciente para que se possa quantificar a resistência ideal dos aparelhos de forma individual”.
“Nesta fase de reabilitação, pode-se utilizar o teleatendimento, o que é autorizado pela Resolução nº 520- 20/03/2020 do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, órgão que rege a classe em questão. Associados neste processo pode-se ter auxílio de vídeos e manuais que são entregues ao paciente em sua alta hospitalar ou durante as consultas de rotina para avaliação dos ganhos e traçar novo plano terapêutico ao individuo”.
“O profissional fisioterapeuta é imprescindível no manejo dos pacientes COVID-19, desde sua chegada ao hospital sendo em UTI ou enfermarias até a sua completa, ou dentro das melhores condições possíveis, reabilitação desta morbidade”, enfatiza.
A formação que a UNIFIO oferece e as áreas de atuação profissional
O Curso de Fisioterapia UNIFIO apresenta seu PPC estruturado com 4006 horas, sendo 820 horas de estágios curriculares obrigatórios, realizados em Hospitais (UTI e Internação), Unidades Básicas de Saúde e em Clínica Escola.
Proposto para ser integralizado em 5 anos, em regime semestral (10 semestres), e em período noturno, conta em seu corpo docente com professores mestres e doutores, com ampla experiência clínica e na docência do ensino superior.
A estrutura pedagógica é dotada de Laboratórios de Anatomia Humana, Biologia Celular, Histologia, Fisiologia, Bioquímica, Microbiologia e Imunologia, que contemplam a vivência prática associada ao conteúdo teórico em todas as disciplinas básicas da área da saúde.
Conta ainda, para a aprendizagem prática dos conteúdos específicos e o desenvolvimento das competências inerentes ao fisioterapeuta, com um Laboratório Multidisciplinar de Recursos Terapêuticos, dotado de equipamentos e estrutura que permitem a vivência prática de conteúdos como a Cinesiologia e Cinesioterapia, a Biomecânica, as Propedêuticas Neuromuscular, Musculoesquelética, Cardiorrespiratória e da atuação em Saúde Comunitária.
O Curso de Fisioterapia UNIFIO propõe-se a formar profissionais Fisioterapeutas cidadãos, com domínio dos conhecimentos, competências e habilidades gerais de atenção à saúde, abrangendo as Habilidades e Competências voltadas à promoção da saúde, a prevenção de doenças, o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação, tomada de decisões, comunicação, liderança, administração e gerenciamento e educação permanente, os quais configura-se como fatores indispensáveis ao exercício profissional, assim como na reflexão e atuação profissional, desempenhada com autonomia intelectual, de forma generalista, humanista, ética e cidadã, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa.
Além disso ressalta o coordenador do Curso, “o fisioterapeuta formado pela UNIFIO estuda, previne e trata os distúrbios cinético funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por traumas ou doenças adquiridas, na atenção básica, média complexidade e alta complexidade”.
“Atua em todas as áreas clínicas, porém, fundamenta suas ações em mecanismos terapêuticos próprios, sistematizados pelos estudos da biologia, das ciências morfológicas, das ciências fisiológicas, das patologias, da bioquímica, da biofísica, da biomecânica, da sinergia funcional, e da cinesia patológica de órgãos e sistemas do corpo humano e as disciplinas comportamentais e sociais.”
As áreas de atuação do Fisioterapeuta são amplas, sendo que o COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) reconhece 15 áreas de atuação do fisioterapeuta, denominando-as como “especialidades reconhecidas”: Fisioterapia Cardiovascular, Fisioterapia Esportiva, Fisioterapia Traumato-Ortopédica, Fisioterapia Respiratória, Fisioterapia do Trabalho, Fisioterapia em Acupuntura, Fisioterapia Aquática, Fisioterapia Dermato-Funcional, Fisioterapia em Gerontologia, Fisioterapia Neurofuncional, Fisioterapia em Oncologia, Fisioterapia em Osteopatia, Fisioterapia em Quiropraxia, Fisioterapia em Saúde Da Mulher, Fisioterapia em Terapia Intensiva, Perícia Fisioterapêutica.
Segundo o professor Júlio, “com o aumento da expectativa de vida no Brasil nas últimas décadas, é possível perceber algumas mudanças nos hábitos da população. Além da busca constante por mais qualidade de vida e bem estar, a demanda por alguns profissionais da saúde vem aumentando consideravelmente, tanto no setor público quanto no privado. Entre esses profissionais mais procurados está o Fisioterapeuta, que é responsável por estudar, prevenir e tratar problemas naturais (causados pela idade, genética e por fatores hormonais) e traumáticos, que afetam órgãos e sistemas do corpo humano. Para isso, analisa exames e laudos médicos, além de observar os movimentos do paciente e identificar os possíveis pontos de dor”.
“Destaca-se, que hoje o Fisioterapeuta atua na prevenção e tratamento de doenças em todas as clínicas médicas, sendo um profissional indispensável para o acompanhamento de pacientes em acompanhamento hospitalar, tanto nas alas de internação quanto em UTIs, bem como, indispensável na reabilitação ambulatorial de pós-operatórios das mais diversas especialidades e dos acometimentos de doenças diversas”, finaliza.
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