sexta, 26 de julho de 2024

Governo estuda liberação de jogos do bicho, bingos, cassinos e caça niqueis

Publicado em 27 maio 2016 - 03:02:19

           

José Luiz Martins

Com o objetivo de aumentar a arrecadação da União ministros do governo interino pretendem acelerar a legalização dos chamados jogos de azar, como jogo do bicho, bingos, cassinos e máquinas caça niqueis. No inicio de março deste ano foi aprovado pela Comissão Especial do Desenvolvimento do Congresso Nacional um Projeto de Lei do Senado (PLS) 186/2014 que trata do assunto.

Entusiasta da ideia, o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB) nomeado ministro do Turismo, tem declarado que o jogo existe clandestinamente e não gera qualquer benefício para o Estado. Segundo ele, Temer concorda com a ideia e seria um incentivo ao turismo e à retomada da atividade econômica formalizando um mercado que movimenta fortunas.

Além de Henrique Alves, apoiam a liberação dos jogos outros nomeados ministros. Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), Maurício Quintella Lessa (Transportes) e Blairo Maggi (Agricultura) que foi relator da comissão especial do senado que analisou e aprovou o (PLS) 186/2014. Mas o governo interino quer uma regulamentação mais ampla do que o projeto discutido no senado abrangendo jogos eletrônicos, como pôquer e apostas feitas pelo celular. A matéria ainda não foi pautada para a votação em plenário.

Já o Ministério Público Federal é contra justificando que a ideia abre caminho à lavagem de dinheiro, corrupção e servindo de meio para esconder a origem de dinheiro desviado dos cofres públicos. O MPF sustenta que a exploração dos jogos de azar também pode ser usada como fachada para ocultar lucros com o tráfico de armas e drogas beneficiando agentes que já controlam bingos e cassinos ilegais.

A reportagem do NOVO NEGOCIAO foi às ruas saber o que as pessoas pensam a respeito, se são contra ou a favor e se costumam fazer uma “fézinha” no bicho que está presente em várias localidades da cidade

Edson Batista – açougueiro –  Bairro Orlando Quagliato

Eu sou contra, já não basta o dinheiro que o governo tira da gente. Querem mais ainda porque quem sempre paga a conta é o povo. Eu não gosto de jogatina, não jogo nem nos jogos que são legalizados isso vicia. Se liberar tudo vai ser a perdição de muita gente que pode perder tudo que tem, conheço gente que sempre jogava e nunca ganhou nada, acho que só querem explorar mais ainda o povo.

Antonio Sebastião Fontes – Funcionário Público aposentado – Centro

Sou a favor porque as pessoas que tem recursos para gastar com essas coisas vão pra Argentina e Paraguai. Porque esse dinheiro não pode ficar aqui? Isso movimenta milhões e pode gerar muitos empregos. Para quem gosta disso há um risco de perderem o que tem ou conquistar uma fortuna, mas é um risco que ela corre. Eu nunca joguei no bicho mas fazia apostas para minha avó há mais de 50 anos, era comum naquele tempo e interessante que os bicheiros sempre pagavam direitinho, não deixavam de cumprir o compromisso com quem ganhava. Não havia casos em que a pessoa ganhava e não recebia.

Carlos Roberto Vanzela – vendedor – Pq. Minas Gerais

Nós sabemos que se isso for implantado de uma forma decente e sábia vai trazer muitos empregos favorecendo pessoas que estão ociosas sem trabalho. Sou a favor sim, tem países vizinhos nossos que tem cassinos etc.. e não tem problema algum. Mas tem que ser as claras, com transparência, para que todos possam confiar, acho que pode ser uma coisa a mais na economia do país e vai agregar mais empregos. Eu não jogo no bicho, sabemos que é ilegal mas observo que ele corre solto pela cidade por debaixo dos panos e se legalizar vai ser mais tranquilo sem medo pra quem gosta .

Adão de Oliveira – Pastor – Jd Paulista

 

Não jogo e não gosto. Penso que isso não pode se legalizar porque o jogo pode ser uma desgraça na vida do homem. Pode viciar e as pessoas mais perdem do que ganham e pode levar a outros vícios degradantes, mesmo esses jogos já legalizados. Acho que existem outras maneiras mais dignas de gerar empregos e arrecadação para o governo, como exemplo poderiam tirar um pouco das fortunas que gastam com as mordomias dos políticos lá em Brasília.

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