quinta, 12 de setembro de 2024
Publicado em 28 mar 2015 - 12:23:58
José Luiz Martins
Professores da rede estadual de ensino de Ourinhos realizaram na última terça-feira uma manifestação com cerca de 150 pessoas que contou com professores, alunos e seus familiares em frente a Diretoria Regional de Ensino, na rua 9 de Julho ao lado do Teatro Municipal. Com faixas e cartazes, gritando palavras de ordem, “professor na rua, Geraldo a culpa é sua” os manifestantes se reuniram na sede da APEOESP de Ourinhos e seguiram até a sede da diretoria de ensino tocando apitos e batucando, interferindo no trânsito das ruas centrais da cidade. A manifestação ocorreu de forma pacífica sem incidentes. Segundo a APEOESP, o sindicato dos professores do estado, cerca de 60% da categoria está em greve em todo estado, em Ourinhos a paralização está prestes a atingir 40%.
O professorado paulista reivindica isonomia salarial com as demais categorias com formação de nível superior. A média salarial no estado é R$ 4,2 mil e um profissional da educação concursado pelo estado recebe em média R$ 2,4 mil. A proposta da categoria é de jornada de 20 horas semanais de trabalho e aumento nos salários de 75,33%, índice que representa as perdas salariais acumuladas em vinte anos. Os professores acusam o governador Geraldo Alckmin de sistemática desvalorização da categoria impondo condições degradantes de trabalho. No inicio do ano o governo estadual determinou o fechamento de milhares de salas em todo estado superlotando classes que agora chegam a ter 50 alunos por sala. Os docentes queixam-se também do não cumprimento da Lei Federal do Piso de 2008, que garante aos professores um terço da jornada em atividades fora da sala de aula para estudo e planejamento das aulas. O Governo do Estado de São Paulo é um dos únicos que se recusam a cumprir esta lei.
A pauta de reivindicações vai além no que se refere a contratação dos professores temporários Categoria O, que querem seus direitos trabalhistas. Já os professores de Educação Física do estado também estão contra a resolução SE 74/2014, tomada pelo Governador do Estado, Geraldo Alckmin, em 31 de Dezembro de 2014, o qual acusam de querer acabar com o esporte nas escolas. A resolução proíbe os professores de Educação Física de estender sua jornada de trabalho, a medida vai acabar com diversos projetos esportivos que estão em andamento prejudicando os estudantes e a categoria.
Segundo os organizadores a paralização que vai entrar em sua terceira semana vem encontrando mais adesão a cada dia diante da recusa do governador em abrir negociação. Para os dirigentes da Apeoesp o governo está intransigente e tenta desqualificar as reivindicações e esvaziar o movimento, tática que parece não estar dando certo já que mais professores estão aderindo com estudantes e pais de alunos apoiando e participando dos protestos.
Conforme declarações do dirigente regional da Apeoesp, prof. Luís Horta, a paralização mesmo que parcial segue por indeterminado com a adesão ao movimento aumentando, haja visto que haverá nova assembleia em São Paulo no final de semana. Segundo Horta, o movimento deste ano é de muita indignação e está fortalecido, é considerado o maior movimento de paralização dos professores dos últimos anos. A legitimidade das reivindicações é a grande pauta, mas a arrogância das declarações do governador dizendo que a luta dos professores é “uma novela”, tem motivado ainda mais as adesões a paralisação.
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