sexta, 26 de julho de 2024

Incêndios em residências, comércios e terrenos assustam a população e põem vidas em risco

Publicado em 04 ago 2017 - 06:11:54

           

Alexandre Mansinho

Poucas chuvas, tempo seco e irresponsabilidade: esses três ingredientes juntos, por muito pouco, não fizeram vítimas fatais em Ourinhos nos últimos 60 dias. Foram 4 grandes incêndios e mais de 500 pequenas ocorrências, todas elas com capacidade de se transformarem em imensas tragédias se não fossem as ações do Corpo de Bombeiros. 

Na noite da última quarta-feira, 2, um incêndio aparentemente criminoso pôs em risco dezenas de famílias que são vizinhas do antigo campo da Shell, na altura da passagem da linha férrea da rua Rio de Janeiro, em Ourinhos. Foi necessário apoio da Defesa Civil e dos caminhões pipa da Superintendência de Água e Esgoto (SAE) para que as chamas pudessem ser controladas.

A fumaça resultante do combate ao fogo atingiu dezenas de quarteirões e poderiam ter intoxicado centenas de pessoas. Outro pormenor que poderia ter provocado uma tragédia é que várias pessoas idosas, vizinhas ou moradoras das imediações, algumas até com dificuldade de locomoção, precisaram da ação rápida de voluntários para saírem de suas casas e irem para locais seguros, esses idosos poderiam ter perdido suas vidas ou sofrido graves queimaduras.

A menos de uma semana, no sábado 29 de julho, um suposto curto circuito produziu um imenso incêndio na Assess, loja de móveis que fica na região central de Ourinhos. Nessa ocasião, a ação rápida dos bombeiros somada as ações de voluntários, impediu que vidas fossem perdidas e, num segundo momento, impediu também que os prejuízos materiais fossem ainda maiores: pessoas que passavam pelo local, comerciantes vizinhos e funcionários do comércio ajudavam a tirar os móveis e demais objetos que poderiam alimentar as chamas ou até mesmo dificultar a ação dos bombeiros. Nessa ocasião houve também o cuidado de alguns voluntários que auxiliaram moradores idosos a saírem de suas casas e aguardar a ação dos bombeiros em um local seguro.

Para controlar as chamas o efetivo do Corpo de Bombeiros precisou da ajuda dos caminhões de água da SAE (Superintendência de Água e Esgoto), Usina São Luiz, Zanutto, Castor, Defesa Civil.

Culpa da população? – Sergio Ricardo Gaspar, secretário do Meio Ambiente e Crescimento Sustentável, alerta que não se pode, em nenhuma hipótese, fazer limpeza de terrenos usando fogo: “A população tem a obrigação de colaborar para que possamos ficar em segurança (…) o uso de fogo para limpeza de terrenos é uma irresponsabilidade, pois, com tempo seco e a presença de muitos materiais comburentes, o fogo foge do controle e pode provocar tragédias”.

Dona Neila, que mora em uma casa que é vizinha de muro do campo da Shell, acredita que a irresponsabilidade não é apenas dos vândalos que põem fogo em terrenos, para ela a prefeitura deveria fiscalizar e multar todos os terrenos que estejam com mato alto: “a prefeitura não cobra de nós para que nossos terrenos estejam murados e limpos? (…) por que então permite que um terreno desse tamanho, no meio da cidade, fique abandonado?”.

Ação dos Bombeiros – “A corporação passa por um período de pouco efetivo, se não fosse o apoio da Defesa Civil e de outros setores da sociedade, teríamos muita dificuldade em dar combate a esse grande número de ocorrências que tem surgido”, diz o Sgt. Luiz Araújo do Corpo de Bombeiros de Ourinhos. “Estamos há 60 dias sem chuva, o tempo está seco (…) jamais se deve pôr fogo em mato ou entulho por qualquer que seja o motivo (…) convém ressaltar também que os curto circuitos têm sido um grande problema também (…) convém que as pessoas chamem um eletricista de confiança para revisar as redes elétricas domiciliares”.

Somente na quarta-feira, 2 de agosto, foram registrados 20 pontos de incêndios, sendo que a corporação trabalhou desde as 12h para apagar os focos, entre eles Conjunto Moradas Ourinhos no Jd Itamaraty, Rodovia Melo Peixoto proximidades da FAPI entre outros.

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