sábado, 27 de julho de 2024

Manifestante revela indignação com a indiferença dos vereadores

Publicado em 04 set 2015 - 02:49:40

           

Hernani Corrêa

Nossa redação recebeu na terça-feira, dia 1º, o sr. Alicio Frigeri, morador no Parque Minas Gerais, aposentado como borracheiro, que recebe somente um salário mínimo e complementa renda fazendo serviços gerais, limpando quintais e terrenos. Ele se mostrou indignado com o que viu na Câmara Municipal de Ourinhos na sessão da última segunda-feira, 31 de agosto. 

NovoNegocião – Como ficou sabendo que ocorreria a manifestação?

Sr. Alicio – Fiquei sabendo através de um comerciante que me convidou para ir na Câmara participar de um movimento para redução dos salários dos vereadores. A nossa cidade, o nosso bairro está prejudicado, as nossas ruas estão que é só buraco. No bairro onde moro, reivindiquei uma lâmpada em frente à Igreja Quadrangular que pertenço no dia 8 de maio e a lâmpada só chegou agora em julho. 

NovoNegocião – Como o senhor acha que começou toda aquela confusão?

Sr. Alicio – Acho que foi o vereador Inácio que promoveu aquele tumulto quando falou de falta de placas nas ruas. O que o povo estava esperando? Que ele subisse lá e assumisse uma redução de salário que é o objetivo desse movimento. Eu não faço parte deste movimento, fui de espontânea vontade. O que o povo quer ouvir do vereador é ele renunciar o salário dele, baixar lá embaixo porque acredito que mais que 90% da população ganha menos de R$ 1.200. Lá na Câmara a gente ficou sabendo que um vereador ganhava mais de R$ 7.000, um assessor dele ganhava mais R$ 4.000 e a cidade não tem dinheiro pra compra uma lâmpada? A gente espera que eles abaixem seus salários e ajude a recuperar a economia da cidade.

NovoNegocião – O senhor afirmou que não foi correta a atitude do presidente da Câmara José Roberto Tasca ao convidar as pessoas a saírem. Explique isso.

Sr. Alicio – Ele por três vezes ou mais, convidou as pessoas a sair. Ele disse que aqueles que não estão contentes que se retirem do plenário. Mas ali tinha muita gente, estava lotado, aquele povo não estava contente, então tinha que sair todo mundo. E quem acabou saindo foi ele, com menos de meia hora a sessão foi encerrada, não teve discurso nem de outros vereadores.

NovoNegocião – O senhor acha que esses protestos vão adiantar?

Sr. Alicio – Esse movimento é vitorioso, espero que esse povo de Ourinhos acorde porque estão se aproximando as eleições, eu espero que as igrejas ajudem porque eles (os vereadores) fazem parte de uma equipe de faraós e faraó não pode vencer, ele tem que ser derrotado. Roberto Tasca faz parte de um faraó que domina uma área com seus egípcios. O faraó não pode vencer, o povo tem que vencer o faraó. E o povo humilde tá ali na arquibancada pedindo a redução de salários, pedindo que eles colaborem para a cidade melhorar, que venha ter asfalto, que venha a ter iluminação. 

NovoNegocião – E o caso do quarteirão inteiro sem luz no seu bairro?

Sr. Alicio – Há poucos dias atrás ficou no Parque Minas Gerais três meses apagado um quarteirão inteiro. A prefeitura dizia que não tinha caminhão, não tinha carro, não tinha dinheiro, não tinha gente. Então o povo sofre.

NovoNegocião – O senhor citou o exemplo de outras cidades. Explique.

Sr. Alicio – Santo Antônio da Platina deu o exemplo, eu acredito que os vereadores paranaenses estão de parabéns, que os vereadores de Ourinhos não são melhores do que eles e têm que ceder também. Eu não peço nada a vereador pra mim. Graças a Deus, Ele me capacitou, eu ganho meu dinheirinho aí fora, to aposentado com um salário mínimo, tenho mais um dinheirinho por fora fazendo uns bicos e dá pra me manter.

NovoNegocião – O senhor vai voltar na Câmara?

Sr. Alicio – Se for a favor do povo, eu vou na terça-feira de novo e espero que as igrejas católicas e evangélicas, um povo que luta, que são uma potência nesse país e se quiserem colocam 10.000 pessoas lá dentro, convidem o seu povo para ir também. Que todos aqueles que foram na segunda-feira passada, que leve mais um. Vamos derrubar isso aí, porque a minoria tá ganhando muito.

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