Alexandre Q. Mansinho

Após julgamento que durou quase 6 horas, Natanias Feitosa Rodrigues, conhecido como Mimi, foi condenado a 12 anos pelo assassinato de José Reis Feitosa. Os membros do júri foram apresentados a fotos e laudos dos peritos atestando que se tratou de uma morte violenta. “O laudo aponta que a cabeça de José Reis foi estraçalhada com golpes de tijolo, ou caibro, enfim, objeto que provocou afundamento do crânio e até vazamento de massa cinzenta”, afirmou o promotor Silvio Brandini durante o julgamento.

Alexandre Fernandes Palmas, advogado de defesa de Natanias, procurou mostrar que o crime fora cometido com motivo, para derrubar a tese de motivo fútil e meio cruel – no entanto, como contraponto, Brandini alegou que o estado de embriaguez de José Reis era tamanho, de acordo com exames feitos no sangue da vítima, que uma briga teria sido humanamente impossível. “Embora seja uma pessoa humilde, sem antecedentes criminais, o réu demonstrou extrema crueldade, não podendo ter uma pena branda”, conclui Brandini. “Entre alcoólatras que vivem em residências improvisadas, crimes de morte ou de lesão corporal grave são comuns, essas pessoas acabam perdendo a noção da vida em sociedade, mas não podem ser consideradas incapazes, pois representam um risco para a sociedade”.