Ourinhos tem uma população de aproximadamente 108 mil habitantes segundo dados do IBGE, para esse número o ideal é que tivéssemos 240 policiais na ativa cumprindo jornadas únicas e com tempo para uma vida saudável – quem afirma isso é a ONU, que divulgou um estudo no qual recomenda 1 policial para cada 450 habitantes. Tal proporção está longe da realidade que vemos no dia-a-dia das ruas de nossa cidade.

A Polícia Militar de Ourinhos, alegando motivos de segurança, não revela o real número de policiais na ativa, associações de policiais militares, de forma extra oficial, afirmam que esse número não passa de 90. “A realidade do policial militar em Ourinhos, e em todo o Estado de São Paulo, é de quadros reduzidos, jornadas dobradas e péssimas condições de trabalho”, afirma um policial ligado a uma associação que pediu para seu nome não ser divulgado.

Recentes casos de violência policial, como o Caso Bryan, reascendem a discussão sobre a formação do policial militar e de suas jornadas de trabalho. Embora a posição oficial da PM seja de que o número está de acordo com a demanda, registros oficiais dão conta que o efetivo em todo o estado tem diminuído. “O governo está adiando os concursos públicos e a quantidade de pedidos de baixa tem crescido, isso sufoca o policial da ativa e estimula ações impensadas”.

A disciplina militar impede manifestações de descontentamento por parte das tropas, ato que é punível até com prisão, no entanto escondidos pelo anonimato das redes sociais alguns policiais tem denunciado a baixa qualidade do material de trabalho e as jornadas exaustivas. A internet tem servido como válvula de escape para o estresse dos policiais e dado motivos para a população se sentir mais insegura.