Hernani Corrêa

O vereador Inácio J. B. Filho (PT), voltou à tona na sessão da Câmara Municipal de 18 de Maio com o assunto que já havia denunciado na semana passada, conforme noticiou o NovoNegocião. Na ocasião, o edil informou que a prefeitura de Ourinhos havia gasto mais de R$ 2 milhões com propaganda em 2014 com os veículos de comunicação na cidade e, em apenas 35 dias em período pré-eleitoral de 2012, mais de R$ 500 mil.

Através de comparativos de gastos das prefeituras de Assis, Marília, Bauru e Santa Cruz do Rio Pardo, o vereador confirmou os excessos praticados pela prefeitura de Ourinhos, como mostram os quadros e quer que a prefeitura mude o sistema de distribuição de verbas publicitárias que hoje é feito através da Agência Única Propaganda para o sistema de pregão como acontece em Assis, por exemplo, o que geraria uma economia de 70 a 80%.

O vereador mostrou que nos últimos três anos, Marília que tem o dobro de habitantes de Ourinhos e um orçamento muito superior, gastou menos em propaganda (quadro 1). E em 2012 gastou menos da metade, sendo que a Agência Única também presta o serviço para aquela cidade. “Quer dizer, o povo de Ourinhos tem que pagar mais caro para a imprensa, por quê?”, questionou.

Na sequência, comparou Ourinhos com Assis e Santa Cruz do Rio Pardo. Assis gastou em 2014, R$ 159 mil em propaganda de Rádio, Santa Cruz em mais de dois anos, pouco mais de R$ 146 mil e Ourinhos, somente em 2014, mais de R$ 350 mil (quadro 2). “Se somarmos as duas cidades, Ourinhos ainda gastou mais”, observou.

Em seguida, mostrou os gastos com os jornais nestas cidades. Assis gastou R$ 243 mil em 2014, Ourinhos, quase R$ 500 mil naquele ano e Santa Cruz em mais de dois anos, nem R$ 300 mil (Quadro 3). “A diferença é gritante”, exclamou o vereador.

Continuando, comparou os totais gastos pela prefeitura de Santa Cruz do Rio Pardo e Ourinhos, desde que Otacílio Parras (PT), assumiu aquela cidade como prefeito e Belkis Fernandes em Ourinhos. Enquanto o petista gastou aproximadamente R$ 300 mil, Belkis “esbanjou” mais de R$ 3,5 milhões. E em 2015, enquanto Santa Cruz gastou somente R$ 53 mil, Ourinhos, R$ 350 mil.

Um ofício respondido pela prefeitura de Bauru foi lido pelo vereador. Nele continha a informação de que a prefeitura daquela cidade tem projeção de gastar apenas R$ 300 mil em propaganda em toda a imprensa falada, escrita, digital, etc. neste ano inteiro, enquanto Ourinhos já gastou mais de R$ 350 mil até agora em 2015.

O vereador também questionou os valores pagos ao Site Repórter na Rua, praticamente iguais aos da Rádio Clube de Ourinhos em determinado mês de 2014. “Todo mundo conhece a história, a audiência e a abrangência desta emissora, um público cativo que ela conquistou, além do custo/benefício. Existe opinião pública que justifica essa distribuição de verba?”, perguntou novamente.

Inácio citou um trecho de resposta dada pelo secretário municipal de assuntos jurídicos, Márcio César Siqueira Hernandes, ao Jornal NovoNegocião onde ele diz que, na atual conjuntura por que passa o país, que exige contenção e redução de gastos públicos, a administração tem o dever de dar prioridade às despesas com saúde, educação, pavimentação, etc. “Eu não vi aqui o próprio secretário dizer que tem de dar prioridade de pagamento com a imprensa, principalmente nesses valores absurdos que nós temos aqui”, comentou o vereador.

“Gente, nós não estamos aqui para receber diploma de idiota, o povo de Ourinhos não pode sair com esse diploma de imbecil que tem sido dado para a população nos últimos anos”, disse Inácio na tribuna da Câmara.

“Temos obras paradas na área da Saúde, Infraestrutura, pessoas são obrigadas a viajar para tratamento de saúde dentro de veículos que mais parecem animais, que prioridade são essas? Isto não vem de hoje, acontece desde 2008”, disse, rasgando um monte de papéis insinuando que é isso que as nossas administrações vem fazendo com o dinheiro do povo. 

O vereador afirmou que espera por um ponto final no assunto, que considera o mais comentado na cidade no momento e que já está com representação no Ministério Público.