Alexandre Q. Mansinho

No mês de dezembro, segundo dados da Prefeitura de Ourinhos, Sindicato dos Aposentados e Ministério do Trabalho, haverá cerca de R$ 80 milhões circulando a mais no comércio, só a título de 13º salário. No entanto, apenas 20% desse montante representará gasto no comércio. O pagamento de dívidas e será o destino do 13º salário de 80% dos assalariados em 2016, segundo uma pesquisa anual da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Em relação ao ano passado, houve um aumento de 9,46% no percentual de consumidores com esse objetivo. Ainda há o percentual de pessoas que irá guardar uma parte do dinheiro extra para pagar as taxas e impostos que vencem em janeiro.

Segundo Jacques Cohen, planejador financeiro, para os que não tem dívidas o importante é usar esse dinheiro para investir. No entanto, para a realidade de Ourinhos, o investimento é o menos mencionado pelos entrevistados. Para Ricardo Ramos da Silva, vendedor, o importante é guardar o dinheiro para se prevenir em 2017 em relação aos impostos: “eu guardei meu 13º para poder pagar o IPTU, IPVA e outras taxas e impostos que costumam aparecer em janeiro”.

Renan Mariani, comerciante, acredita que o movimento no comércio ourinhense vai melhorar nos dias antes do Natal, porém diz que a tendência é que a população use o dinheiro extra para pagar dívidas e comprar presentes mais em conta: “percebo que as pessoas têm comprado presentes melhores para si mesmo e, para os outros, tem comprado lembrancinhas”. Fernando Henrique Ramos, também comerciante, acredita que as pessoas têm procurado melhor qualidade, mesmo que o produto seja um pouco mais caro, pois a durabilidade do produto tem influenciado mais na hora da compra: “com o 13º as pessoas têm procurado comprar produtos mais duráveis, com maior custo/benefício, para poder valorizar mais o dinheiro”.

André Leonardi, assalariado, tem procurado usar com sabedoria o 13º: “ninguém sabe o dia de amanhã, tem muita coisa que vence em janeiro”. Já Maria de Lourdes Luiggi Beleze diz que esse Natal será o “Natal da economia”, pois há muito o que se fazer com a renda extra. De acordo com Juliana Castanha, vendedora do ramo de instrumentos musicais, esse período é positivo para o setor, embora as pessoas estejam bem exigentes e pesquisando bastante, é o período do ano em que as pessoas iniciam projetos de aprender a tocar instrumentos: “é nesse período que nós vendemos muitos instrumentos para iniciantes, ou até instrumentos mais caros para músicos profissionais”.

Luiz Eduardo Sato, vendedor, diz que vai pagar algumas dívidas e vai investir na carreira paralela de músico: “vou aproveitar e comprar alguns aparelhos novos”. Por outro lado, Tiago Delfino, também vendedor, alerta que é mais prudente se resguardar para as dívidas e para os impostos de janeiro: “quando vem IPTU e IPVA é fatal, temos que prestar atenção senão já começamos o ano com mais dívidas”.