Alexandre Mansinho

O Caso Alfaiati ainda está longe de deixar as manchetes – crime que provocou comoção na cidade de Ourinhos teve seu júri no último dia 23 e provocou polêmica ao atribuir uma pena muito pequena a um dos acusados.

O júri popular que esteve sob a responsabilidade da Juíza da 1ª Vara Criminal Doutora Raquel Pereira Bernardi condenou a 21 anos de prisão Joaquim Dias Garcia, o mandante do crime e Eduardo Kell Lima Yamaguchi, o responsável por tirar a vida de Marcelo Abuhamad em sua própria casa, a cumprir pena de 14 anos de prisão.

O crime aconteceu no dia 31 de dezembro de 2012, e os assassinos foram presos no dia 13 de fevereiro de 2015.

O júri entendeu que Eduardo, executor do crime, deveria ser condenado a uma pena menor, 14 anos, apenas 2 anos a mais que o mínimo legal. As qualificadoras de motivo fútil, premeditação, recurso que dificultou a defesa da vítima e eventual tocaia não foram consideradas relevantes para o caso de Eduardo. Já Joaquim foi condenado a 21 anos de prisão. “O Ministério Público entende que Eduardo Key Lima Yamagushi recebeu uma pena menor do que a que deveria cumprir, isso motivou o recurso da promotoria”, diz Dr. Silvio Brandini, promotor do caso.

Relembre o caso – Um pouco antes da virada do ano, no dia 31 de dezembro de 2012, Marcelo Abuhamad foi encontrado em sua residência ferido com um tiro na cabeça. Levado às pressas para o Pronto Socorro, Marcelo acabou falecendo. A polícia descartou a possibilidade de latrocínio logo em princípio pois nenhum bem foi roubado e não havia sinais de entrada forçada tampouco sinais de luta.

Marcelo era muito conhecido na cidade por ser dono do Restaurante Alfaiati. O sucesso, no entanto, escondia problemas sérios entre a equipe que geria o restaurante: “a princípio tínhamos apenas uma filmagem com a imagem do suspeito, mas após investigações e diligências descobrimos que os possíveis assassinos eram funcionários do próprio restaurante”, afirma Dr. João Beffa – delegado responsável pelo caso.

A polícia concluiu que Joaquim Dias Garcia, 32 anos, contratou Eduardo Kell Lima Yamaguchi, 28 anos, (gerente e barman do restaurante respectivamente) por R$ 5 mil para assassinar Marcelo. Nenhum dos dois tinha ficha policial e, segundo Joaquim, o motivo do crime foi vingança por um suposto assédio moral sofrido. Os dois acusados pelo crime tornaram-se foragidos, no entanto, as investigações resultaram, no início de 2015, na prisão de Joaquim, em Bombinhas/SC e Eduardo, em Cândido Mota/SP.