Hernani Corrêa

O radialista da Rádio Clube de Ourinhos, Geraldo Laperuta, foi duramente criticado por alguns vereadores na última sessão da Câmara Municipal de Ourinhos, em 11/05. Segundo eles, o comunicador foi infeliz em suas palavras quando disse que a Câmara estava atrasando o desenvolvimento de Ourinhos e até poderia faltar água na cidade.

O problema aconteceu quando em sessão anterior, o Legislativo não aprovou um requerimento pedindo urgência especial de votação de projeto em que a prefeitura solicitou Crédito Especial e Suplementar no valor de R$ 5.700 milhões para a SAE – Superintendência de Água e Esgoto de Ourinhos. A Câmara alegou falta de informações detalhadas de onde e como seria investido todo o dinheiro e tinha, inclusive, parecer do Procurador Jurídico do Legislativo contra a votação.

Na semana passada o locutor Geraldo Laperuta da Rádio Clube de Ourinhos noticiou o fato, mas de forma distorcida e tendenciosa, segundo os vereadores. Inácio J. B. Filho (PT), após expor o áudio da fala do radialista no ar, disse que Laperuta “não frequenta a Casa, não conhece o Regimento Interno e desconhece totalmente o procedimento para aprovação de um pedido de urgência ou um projeto”. Inácio ainda afirmou que o radialista desconhece a diferença entre um pedido de urgência e um projeto.

O vereador citou que quando o pedido de urgência de votação foi recusado, a prefeitura enviou em seguida uma grande quantidade de documentos para ser analisada. “R$ 5 milhões não vamos mais aprovar numa canetada e só não aprovamos o pedido de urgência”, assegurou Inácio.

Silvonei Rodrigues – Esquilo – (PSDC), concordou com Inácio e lamentou que um profissional fale desta forma em um veículo de comunicação conceituado na cidade. “O que nos chateia é quando a pessoa por interesses, se é que tem, salvo melhor juízo, fala o nome dos seis vereadores como se estivéssemos prejudicando a cidade e aí falta com a verdade. Ele teria que ter ouvido o outro lado antes”, disse Esquilo.

Na mesma linha de pensamento, José Roberto Tasca (PR) acredita que faltou ao radialista um pouco de transparência, profissionalismo e ética e afirmou que a empresa onde Geraldo Laperuta trabalha recebe dinheiro do Executivo e não do Legislativo, talvez aí o motivo dele falar dos vereadores que votaram contra.

Alexandre Araújo Dauage – Alexandre Zóio – (PRB), disse que o radialista foi infeliz, porque quando cita nomes e faz acusações, as palavras não voltam. “É falta de profissionalismo deste radialista, porque nesta Casa ele tem abertura com todos ou quase todos os vereadores e poderia ter resolvido com um simples telefonema, que isto não se repita mais”, afirmou Zóio.

O vereador Antônio Carlos Mazzetti – Tico da Boa Esperança – (PT), citou o ótimo trabalho de repórter da Rádio Globo que sempre procura ouvir todos os envolvidos na reportagem, ricos ou pobres, e desafiou “Gera” Laperuta e a Rádio Clube a irem na UPA – Unidade de Pronto Atendimento – e ouvir o que as pessoas têm a dizer. “Sabemos da credibilidade da Rádio e gostaríamos que fizessem debates junto à população sobre os matos, a saúde, o asfalto, as cirurgias eletivas, iluminação pública”, disse.

Em outro aparte, o vereador Inácio J. B. Filho alertou que está indo à Brasília. “O Sr. Gera Laperuta tem que saber que a emissora tem uma concessão pública e não é de hoje que ouvimos suas palavras até contra o governo federal, que a rádio não é do senhor, que é um simples funcionário. O senhor não tem credibilidade, a Rádio sim, porque se o senhor tivesse, quando convidou a população para vir assistir a sessão, eles teriam vindo, mas não veio ninguém”, finalizou.

Outro lado – A reportagem ouviu o radialista Geraldo Laperuta que informou na quarta-feira que ainda não tinha conhecimento de tudo o que os vereadores falaram em sessão. Que, talvez depois disso, tomasse alguma providência.

O radialista negou que tivesse criticado ou ofendido os vereadores, que apenas questionou o motivo de não terem votado um projeto que beneficiaria 20 bairros e que os microfones da Rádio estão abertos a qualquer um deles que queira se manifestar.