quinta, 12 de setembro de 2024

SAE alerta sobre riscos no abastecimento de água por conta da falta de chuvas

Publicado em 20 nov 2021 - 13:55:16

           

Gestores do Sistema pedem à população que evitem desperdício, outras cidades da Região Sudoeste Paulista já apelaram para rodízio

 

Alexandre Mansinho

 

Na manhã da quarta-feira, 17/11, a Superintendência de Água e Esgoto de Ourinhos emitiu alerta à toda população ourinhense, pois o Rio Pardo atingiu nível alarmante, medindo menos de 1 metro, o que fez o setor de captação da Estação de Tratamento operar em regime emergencial. A SAE vem alertando a população sobre a crise hídrica enfrentada por dezenas de municípios desde o início de agosto, pedindo o uso consciente da água.

No sudoeste do estado de São Paulo a situação não é diferente, a maior cidade da região, Bauru, decretou rodízio motivado pelo baixo nível do Rio Batalha, principal fonte de fornecimento do município. O rodízio começou em 31/10, em regime de 24h x 24h.

Em Ourinhos a situação ainda não chegou a ponto de ser necessário um rodízio ou um racionamento, mas, se não houver chuvas suficientes e economia de água, medidas mais drásticas serão necessárias.

Flagrantes de desperdício no consumo de água

 

Inácio J. B. Filho, superintendente da autarquia, disse ao Jornal Negocião na quinta-feira, 18/11, que, no momento, não há necessidade de rodízio/racionamento, mas é primordial que haja economia de água por parte da população: “o nível do Rio Pardo, no trecho onde é feita a captação, hoje está com apenas 1,20 metros (…) nossa torcida é para que haja chuvas em quantidade suficiente para a recuperação do nível a fim de que não seja necessário tomarmos medidas mais severas”.

Hélio Serafim, Gerente de Captação Tratamento e Recalque da SAE, afirmou à reportagem que, se o nível do rio cair de 1 metro, será necessário o desligamento do maquinário: “caso o sistema de captação e tratamento da ETA – Estação de Captação e Tratamento de Água da Vila Brasil, funcione com menos de 1 metro, as bombas irão queimar e perderemos todos os equipamentos (…) não há alternativa a não ser que os usuários diminuam o consumo”.

Na sexta-feira, 19/11, a equipe de jornalismo do Negocião voltou a falar com o Se Hélio. O profissional informou que com as chuvas dos últimos dias, o nível do rio melhorou, porém, é imprescindível que todos usem a água com muita consciência, e evitem ao máximo desperdício.

O Rio Pardo é o único fornecedor de água para a cidade de Ourinhos e está com nível crítico

 

 

DECRETO MUNICIPAL CONTINUA EM VIGOR – Equipes de fiscalização da SAE já notificaram mais de 300 moradores desperdiçando água em Ourinhos, contrariando decreto municipal que proíbe o uso abusivo principalmente para lavar quintal, a calçada ou veículo com a mangueira ligada. A regra completa três meses dia 20 de novembro e, enquanto a crise hídrica perdurar, não tem prazo para terminar.

Quem for flagrado desperdiçando água será notificado. Em caso de reincidência, será autuado no valor que varia de R$ 1.051,80 a R$ 2.103,60. A multa será dobrada em caso de novo descumprimento do decreto. O infrator também pode ter a água cortada.

 

EXCEÇÕES – Ficam de fora das regras as atividades comerciais que comprovem a utilização de água como fonte de renda, como lava rápidos e obras da construção civil, por exemplo. Também estão autorizados os casos em que o uso da água seja indispensável para a segurança ou saúde pública.

 

DENÚNCIAS – As denúncias sobre desperdício de água devem ser feitas pelo telefone da SAE 3302-1000 (mesmo número do WhatsApp), via e-mail atendimento@saeourinhos.com.br ou presencialmente na sede da autarquia, na Avenida Altino Arantes, 369, centro.

 

ROUBO DE ÁGUA – De acordo com a própria SAE, ainda há flagrantes semanais de pessoas cometendo esse crime e que a Polícia Civil tem instaurado procedimentos investigatórios e levado esses criminosos à Justiça.

 

FALTA DE CHUVA – Na maioria das áreas do Brasil, o chamado período úmido do ano ocorre nos meses de primavera e verão. O outono/inverno é a época de seca, quando é normal chover muito pouco ou nem chover por várias semanas consecutivas. As exceções são a costa leste do Nordeste, que tem o período mais chuvoso do ano no outono/inverno e o Sul do Brasil, onde a chuva é distribuída de forma relativamente uniforme ao longo do ano.

Sendo o período úmido predominantemente de primavera/verão, é natural que a maioria das áreas do país tenha forte dependência da chuva destas estações para a geração de energia via hidrelétricas, para a renovação dos reservatórios de água para uso na agropecuária e para o abastecimento das populações.

O que acontece quando a chuva da primavera/verão falha ou não ocorre em quantidade suficiente e/ou no lugar certo, por um ou mais períodos úmidos? A deficiência de chuva cumulativa gera uma crise hídrica, que por sua vez vai afetar diversos setores produtivos e sociais. (com informações do Portal Terra/INPE)

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