terça, 18 de fevereiro de 2025
Publicado em 14 mar 2015 - 09:49:12
Da redação
O número de demissões de profissionais que atuam nas empresas de guinchos no Estado de São Paulo teve aumento médio de 100% em 2015, de acordo com dados divulgados pelo Singuesp (Sindicato dos Guincheiros Removedores de Veículos do Estado de São Paulo). O presidente da entidade, Francisco Pereira, o “Chicão”, manifestou preocupação com o cenário de desemprego. Segundo ele, muitas empresas estão fechando as portas e vendendo os caminhões. As dificuldades são maiores para quem concentra grande parte de seus negócios com as companhias seguradoras.
De janeiro até o dia 10 de março, o sindicato registrou cerca de 1.200 homologações na Capital e Interior. O número esperado para o período de três meses, segundo Pereira, era de 600 rescisões, com parte dos postos de trabalho reocupados por novos trabalhadores.
Além do aumento nas homologações, o Singuesp observa que os proprietários de guincho não estão repondo o pessoal. “Na região de Ribeirão Preto, onde estivemos recentemente para fazer homologações, de uma vez só 120 trabalhadores foram mandados embora,” disse.
Os empresários alegam que não conseguem repassar os aumentos nos custos do diesel, lubrificantes, pneus e demais insumos às seguradoras. “Parte destas demissões está sendo justificada dessa forma. Tudo sobe, mas o valor da saída e do KM rodado está congelado e até caindo. De cada três demissões, duas é por dificuldade financeira da empresa”, afirma Pereira.
O sindicalista afirma que já passou da hora de uma reação dos donos de guincho. Para ele, a falta de negociação com as seguradoras, por meio de uma organização representativa como a FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais), pode gerar ainda mais desemprego.
Ele também alerta para precarização das empresas e a entrada de aventureis no setor. São empresários de outros ramos ou mesmo pessoas que perderam o emprego e se lançam como guincheiro, sem conhecer o setor. O resultado é a prática de preços abaixo de custo, que geram prejuízos aos empreendedores despreparados e também às empresas tradicionais.
“Apoiamos o abaixo-assinado que está circulando para pedir diálogo com a FenSege vamos pedir para os funcionários também assinarem. Se a empresa entra em crise, acaba o emprego. Então, essa causa, também é nossa”, disse o presidente do sindicato dos trabalhadores.
O presidente da Appagesp (Associação dos Proprietários de Pátios e Guinchos do Estado de São Paulo), Fernando Carvalho, afirmou que irá oficiar por escrito a Federação para uma negociação. A categoria está buscando o apoio do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e irá apresentar às seguradoras uma planilha com os custos reais.
Além disso, a associação também aposta na parceria com a Central dos Guincheiros para coletar o máximo de assinaturas no manifesto que está disponível na internet pelo endereço eletrônico www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/30350. “Queremos o diálogo, porque acreditamos que a relação das companhias com a gente precisa ser de equilíbrio. Do jeito que está, não temos condições de continuar trabalhando”, disse.
REUNIÃO – A próxima reunião da Appagesp será no próximo dia 09 de abril, no salão da Pousada e Restaurante os Galeguinhos, localizado à avenida Coronel Clementino Gonçalves, S/N, em Santa Cruz do Rio Pardo. O encontro será oportuno para ampliar a adesão ao manifesto e preparar a 1º Marcha dos Guincheiros, que poderá “colocar os caminhões na rua” para manifestar a insatisfação com a crise no setor.
Mais informações sobre as ações organizadas pela Appagesp podem ser obtidas pelo telefone (14) 99726-6101 (Valter) / 99635-7511 (Fernando) ou e-mail appagesp@gmail.com.
© 1990 - 2023 Jornal Negocião - Seu melhor conteúdo. Todos os direitos reservados.