Alexandre Q. Mansinho

Com a proximidade das festas de fim de ano mais pessoas usam o Teatro Municipal de Ourinhos. Várias escolas, empresas e instituições dos mais diversos segmentos o procuram para seus eventos e confraternizações, no entanto, aqueles que têm comparecido reclamam que o calor tem incomodado muito.

Embora sua estrutura seja elogiada por todos os grandes artistas que já pisaram naquele palco, atualmente, com as severas restrições orçamentárias, permanecer dentro do teatro tem sido um verdadeiro sacrifício. Para a próxima administração municipal, que assume suas funções em menos de 30 dias, haverá uma grande responsabilidade, somadas as outras tantas demandas que a cidade apresenta: executar uma licitação para a troca do ar-condicionado.

Diego Oliveira esteve em um evento no teatro municipal no último dia 28: “é vergonhoso em uma cidade do porte de Ourinhos não haver um ar-condicionado que funcione no teatro”, protesta. Além de Diego, pelas redes sociais há diversas pessoas que estão partilhando sua insatisfação.

Ourinhos é referência regional na Cultura, há uma agenda consideravelmente grande e eventos de várias vertentes: festivais de música, dança, teatro, filmes em curta-metragem; festa literária e afro; esses eventos fazem com que o nome da cidade seja projetado nacionalmente e que grandes profissionais das mais diversas artes queiram vir a Ourinhos para trabalhar ou tomar parte das ações culturais. Além desses eventos, a Escola Municipal de Bailado, que é administrada pela Secretaria da Cultura, já ultrapassou as fronteiras do Brasil e teve trabalhos apresentados e premiados em todos os 5 continentes, levando o nome de Ourinhos para todo o planeta. Portanto, é certo dizer que a vida cultural ourinhense é muito intensa e que, tradicionalmente, a população se envolve nos eventos.

Fernando Cavezzali, atual secretário da Secretaria Municipal de Cultura, destaca que é através de parcerias e de ações planejadas que têm sido possível manter a agenda cultural da cidade: “o orçamento da pasta não é pequeno, no entanto nesse ano de 2016 houve grandes dificuldades – mesmo assim temos buscado alternativas para não deixar de oferecer à cidade as ações culturais”. No entanto, há quem considere que a administração da pasta da cultura caminha com dificuldade em alguns pontos, como a conservação do Museu Histórico Pedagógico e o Centro de Convivência Jornalista Benedicto da Silva Eloy.

Especificamente sobre o caso do ar-condicionado, o secretário respondeu ao Novo Negocião que esforços existiram para solucionar a questão, no entanto houve um problema de verba que impediu a troca: “no ano de 2016 houve um corte de despesas, a troca do sistema de ar condicionado do Teatro Municipal, que já está orçada, acabou ficando para depois – enquanto secretário de cultura eu procurei mantê-lo funcionando por meio de consertos e planos de manutenção”.

Além da demanda do Teatro Municipal, a próxima administração tem como missão manter e, em alguns casos, ampliar as ações culturais da cidade. Embora tenhamos passado um ano de grandes restrições orçamentárias, os eventos da cidade foram mantidos e Ourinhos continua a figurar entre as cidades de relevância nacional e internacional na área das artes.