sexta, 19 de abril de 2024

UATI-UNIFIO atraiu alunas de São Paulo e Curitiba com aulas remotas

Desde o início da pandemia, a UATI, contando com todo apoio e suporte tecnológico da UNIFIO, introduziu as aulas remotas que permitiram a continuidade de suas atividades

 

Rose Pimentel Mader

 

O novo tempo que estamos vivendo que impôs o distanciamento social, também exigiu de todos nós a busca de novas alternativas de trabalho, estudos, lazer e convivência social e a tecnologia foi e está sendo uma grande aliada para rompermos a barreira do espaço e do tempo e ficarmos conectados com o mundo, sem sair de casa. E assim a nossa casa deixou de ser apenas o universo familiar, de convívio, lazer e descanso para ganhar uma amplitude maior e passamos a trabalhar e estudar em casa também.

E essa nova rotina de vida para quem estuda, por exemplo, é uma realidade não apenas para as crianças e os jovens. Os idosos também se adequaram a esse novo tempo de aulas remotas como foi o caso das alunas da Universidade Aberta à Terceira Idade do Centro Universitário UNIFIO (UATI-UNIFIO).

Desde o início da pandemia, a UATI, contando com todo apoio e suporte tecnológico da UNIFIO, introduziu as aulas remotas que permitiram a continuidade de suas atividades. Uma grande conquista e um benefício extraordinário para as alunas.

E foi graças as aulas remotas da UATI que duas professoras aposentadas, uma de São Paulo e outra de Curitiba, tiveram a oportunidade de participar da Universidade e vivenciar uma nova e enriquecedora experiência.

A coordenadora Gerda Kewitz e os professores comemoram esta conquista que evidencia a importância da UATI para as pessoas da melhor idade, especialmente neste momento tão desafiador.

As professoras aposentadas Darci Tereza Bazan Marcondes, de Curitiba, e Maria Angélica Botelho Previatti, de São Paulo, ingressaram como alunas da UATI e estão felizes da vida com a oportunidade de, mesmo distantes, poderem participar das aulas remotas.

 

Ex-aluna do Colégio Santo Antônio

Maria Angélica Botelho Previatti, 72 anos, natural de Santa Cruz do Rio Pardo, conta que “desde que me lembro por gente, morei em um sítio, no município de Salto Grande. Meus avós maternos tinham casa no sítio, mas também em Ourinhos e eu vivia entre o sítio e a casa dos meus avós. Fui alfabetizada na escola do sítio aos 6 anos de idade. Eu era sobrinha e afilhada da professora. Aos 9 anos, minha família veio morar em Ourinhos. Estudei então o terceiro e o quarto ano, no Colégio Santo Antônio. Depois, fui para o antigo I E E “Horácio Soares”, onde fiz o ginasial e o Curso Normal, saindo de lá como professora”.

 

A professora aposentada Maria Angélica Previatti mora em São Paulo

 

Maria Angélica fez um curso em São Paulo e voltou para Ourinhos para trabalhar no SESI (antigo CAI 18). Maria Angélica viveu em Ourinhos até 1974, quando se casou e foi morar em São Paulo, cidade do marido. Foi professora da Rede Municipal de São Paulo, onde ingressou em 1976 e está aposentada há 22 anos.

Viúva há 3 anos, Maria Angélica tem duas filhas: Camila, que mora com ela e Carine, que está casada.

“Conheci a UATI através de minha irmã, Vanda Lúcia, que já é aluna da UATI há alguns anos. Sempre achei muito legal aquilo que ela me contava sobre as aulas e cheguei a ir até Ourinhos para ver as festas de encerramento do ano letivo. Sentia vontade de fazer parte do grupo, mas era impossível, morando tão longe. Até que, no ano passado, surgiu a chance de participar, pois as aulas passaram a ser remotas. Só que minha irmã não achou que seria interessante e eu não me animei. Neste ano minha irmã falou que voltaria a fazer a matrícula e ia ver se dava certo. Daí me animei, pois realmente achava que eu precisava fazer alguma coisa diferente e ao mesmo tempo que me proporcionasse prazer. Pedi a ela para fazer minha matrícula também!!! No início foi muito complicado, pois tenho muita dificuldade para mexer com todo tipo de tecnologia. Ainda sou do tempo que se apertava a tecla do on/off! Mas com o apoio e incentivo das minhas filhas, resolvi encarar esse desafio. Não diria que é fácil: às vezes, some a internet, a câmera não funciona, esqueço de abrir ou fechar o áudio quando precisa, fico agoniada…  Pedia socorro para minha filha, que também estava trabalhando em Home Office. Mas estou insistindo e aprendendo bastante! Gosto muito das colegas, admiro a cada dia a capacidade delas de escreverem poesias e músicas lindas. Os professores são sensacionais, nos estimulando sempre com carinho e paciência. Gosto de todas as aulas, embora encontre mais dificuldade em inglês, literatura e dança. Inglês, porque sempre tive muita dificuldade em escrever e falar. Literatura, pois não sou muito boa em expressar com as palavras, aquilo que gostaria e dança porque, embora goste muito, sou uma pessoa sem gingado e me confundo muito nos passos.  Nesse momento que estamos vivendo, onde mal posso pensar em sair de casa, participar dessas aulas, mesmo que remotas, me trazem muita alegria. Elas me fazem um bem enorme, pois fico sozinha o dia todo. Então o contato, mesmo que virtual, com pessoas animadas, de alto astral, me ajudam muito, pois nesses dois dias da semana que temos aula, me sinto viva, produzindo alguma coisa especial”.

 

“Realizei um sonho”

Darci Tereza Bazan Marcondes, 78 anos, natural de Cornélio Procópio que há mais de 50 anos mora em Curitiba afirma que realizou um sonho: participar da UATI. Darci é casada com o funcionário público municipal aposentado Pedro Marcondes Filho, tem dois filhos Vinicius e Marcela e dois netos.

“Conheci a UATI-UNIFIO através da minha irmã Conceição Miglioli que frequenta a Universidade desde o início de suas atividades e sempre comentava sobre as aulas”, conta Darci.

 

A professora aposentada Darci Marcondes mora em Curitiba

 

E em todas as ocasiões que vinha a Ourinhos, Darci participava das aulas da UATI como convidada. “Gostei muito das aulas que frequentei e tinha um grande sonho poder participar da UATI, mas como eu moro em Curitiba isso seria impossível, porém quando a Universidade introduziu as aulas remotas em decorrência da pandemia, minha irmã Conceição me convidou para entrar na UATI. Disse que mesmo estando em Curitiba agora eu poderia ser aluna. Além satisfazer minha vontade, também seria uma forma de ter uma atividade neste período de distanciamento”, explicou Darci.

“Hoje sou aluna da UATI e participo de todas as aulas. Faço as seis disciplinas. Gosto muito de todos os professores, eles são acolhedores, simpáticos e maravilhosos. Uma experiência muito gratificante, especialmente neste momento em que ficamos impossibilitados de ter uma convivência social”, afirma Darci.

Segundo Darci ela não teve nenhuma dificuldade em participar das aulas e lidar com a tecnologia. “Quando entro nas aulas parece que o mundo volta à normalidade. Convivemos com novas pessoas, conversamos e aprendemos muito”, diz Darci.

A aluna curitibana afirma que já conhecia o maravilhoso trabalho da coordenadora Gerda Kewitz e também já conhecia a professora Daniele Montuleze. “São todos muito dedicados e nos fazem sentir muito bem. A UATI nos proporciona uma convivência deliciosa e as aulas e as atividades são extremamente benéficas para exercitar a memória e evoluir. Gosto muito das aulas de Literatura, há mais de 50 anos não fazia uma poesia e na UATI estou fazendo e, também, vejo a evolução das outras alunas. Isso é muito bom e gratificante e está nos ajudando a enfrentar este momento tão difícil de nossas vidas”.

 

 

 

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