sexta, 26 de julho de 2024
Publicado em 30 dez 2022 - 16:41:28
Klio Damião Hirano foi presa na capital na noite de quarta-feira (28). Polícia Federal e Polícia Civil do Distrito Federal cumpre mandados de prisão de suspeitos na tentativa de invasão da sede da PF e outros atos de vandalismo.
Da redação
A mulher que está entre as pessoas que foram presas até a manhã da quinta-feira, 29 de dezembro, na operação da Polícia Federal que apura atos de vandalismo em Brasília é de Tupã, no interior de São Paulo, e foi candidata à prefeitura da cidade nas últimas eleições municipais, em 2020.
A publicitária bolsonarista Klio Damião Hirano participou da disputa em chapa única pelo PRTB e não se elegeu.
Ela recebeu 364 votos e foi a menos votada entre os candidatos. Klio tem 40 anos e é filha do fotógrafo Eizi Hirano, que tem o trabalho conhecido nacionalmente e fundou uma rede de lojas de impressão fotográfica. Ele morreu em abril de 2019 e o distrito industrial da cidade recebeu seu nome.
Nas redes sociais da publicitária há várias postagens que fazem referência ao presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores. Em agosto, Klio postou fotos do encontro com a deputada Carla Zambelli em uma universidade de Marília.
Ela era frequentadora do acampamento golpista de apoio ao presidente no Quartel-General do Exército em Brasília, onde estaria, segundo as postagens nas redes sociais desde o mês de novembro, após as eleições.
Antes de ser presa, Klio postou um vídeo de uma solenidade no Palácio do Planalto. Além dessas publicações, há dezenas de fotos e vídeos dela em Brasília junto com outros apoiadores do atual governo.
A publicitária estaria entre as pessoas que tentaram invadir a sede da PF em Brasília no último dia 12 de dezembro.
Segundo o g1, o jornalismo tenta contato com a defesa dela, mas ainda não obteve retorno. A PF informou que uma equipe está na cidade de Tupã e cumpre mandados de busca e apreensão em endereços da suspeita.
Entre os crimes apurados pela ação, estão abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, dano qualificado, incêndio majorado e associação criminosa.
Os mandados são cumpridos no DF e em sete estados: Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro.
Operação Nero
A operação ganhou o nome de Nero, em referência ao imperador romano do primeiro século que ateou fogo em Roma e apura os atos de vandalismo e a tentativa de invasão à sede da PF na capital, em 12 de dezembro, quando bolsonaristas tentaram resgatar José Acácio Serere Xavante indígena preso pela prática de condutas ilícitas em atos antidemocráticos.
No entanto, segundo a apuração, há investigados que também atuaram na montagem da bomba na véspera de Natal. Um dos envolvidos, George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, confessou o crime e foi autuado por terrorismo.
A Polícia Civil disse que não informaria quantas pessoas estão envolvidas nos dois casos porque as investigações sobre o explosivo armado no aeroporto correm sob sigilo.
“O número não podemos passar, até porque nós não vamos passar mais informações sobre a apuração no caso da bomba no aeroporto. As investigações estão com a Polícia Civil em sigilo decretado judicialmente”, disse o delegado.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, 8 veículos, entre carros e ônibus, foram incendiados pelo grupo. Eles também quebraram vidros de automóveis, depredaram equipamentos públicos e a 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte.
A PF afirma que a investigação teve início na corporação, em conjunto com a Polícia Civil do DF, que apurou os ataques de vandalismo na capital. Por declínio de competência, os inquéritos foram enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF).
© 1990 - 2023 Jornal Negocião - Seu melhor conteúdo. Todos os direitos reservados.