segunda, 04 de novembro de 2024
Publicado em 10 out 2018 - 02:04:24
Da redação
A praça central de Ourinhos foi construída no final dos anos 20, inicialmente denominada Praça da Bandeira e rebatizada como Praça João Pessoa no início da década de 30. Por volta de 1936 teve seu nome novamente mudado para Praça Melo Peixoto, em homenagem ao deputado estadual e senador João Batista de Melo Peixoto, que trabalhou pela emancipação político-administrativa da cidade ocorrida em 1918.
Com mais de 90 anos de história a praça passou por várias reformas e remodelações, desde seu surgimento até meados dos anos 60 foi o principal espaço público da população ourinhense, era no ”Largo do Jardim” que acontecia a intensa atividade social da cidade. Um espaço freqüentado e compartilhado por todas as classes sociais com todos os seus contrastes.
Uma praça não é simplesmente uma área de recreação e lazer, uma praça deve ser também um local de vivências, simultaneidade, encontros urbanos e vínculos afetivos. O professor Euclides Rossignoli, cronista, revelou em seu livro “Histórias e Memórias” (2013) uma narrativa sobre o ambiente social, os costumes o entusiasmo e as emoções de uma época onde a praça tinha muito mais importância e significado no cotidiano das pessoas.
“Uma das minhas maiores saudades dos tempos passados de Ourinhos é o footing da Praça Mello Peixoto. Ele acontecia aos sábados e domingos à noite nas calçadas externas e internas da praça. Rapazes e moças tinham aí sua melhor oportunidade de flerte e início de namoro. Os jovens sem parceiros andavam no passeio externo. Nos passeios internos caminhavam os casais de namorados. Não havia a prática do ficar que existe hoje. Também não havia sexo antes do casamento. Casamento com todas as formalidades: juiz, padre, padrinhos, papel passado, convites e festa. E entre o namoro e o casamento ainda havia o noivado com o devido uso de aliança no dedo anular da mão direita. Componente indispensável do footing era o serviço de alto-falante pelo qual os jovens ofereciam músicas e mandavam pequenas mensagens aos seus flertes”. E. Rossignholi
Texto e edição de imagens José Luiz Martins
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