sexta, 06 de dezembro de 2024
Publicado em 02 dez 2016 - 11:15:03
José Luiz Martins
A redação do NovoNegocião recebeu na última semana a reclamação de um morador do Jardim Ouro Verde que retrata como a ineficiência do serviço público pode trazer prejuízos aos munícipes. Morador da Rua João Moya Restoy há 20 anos o técnico em eletrônica Levino Ribeiro Camargo queixou-se à reportagem que há tempos vinha alertando a prefeitura sobre os problemas que duas grandes árvores estavam causando em frente sua residência. O técnico que também mantém sua oficina de assistência técnica em aparelhos eletrônicos no mesmo local, disse que há dez meses solicitou à Secretaria de Meio Ambiente do Município que fosse feito uma avaliação sobre o caso, visto que em dias de chuva e ventos fortes havia o perigo de queda de galhos e da própria árvore.
Na última sexta-feira, 18, o perigo se confirmou quando sob ventania um enorme galho de uma das árvores quebrou caindo sobre seu automóvel danificando o veículo. Levino contou à reportagem que em março deste ano protocolou na Prefeitura o pedido para que o órgão competente avaliasse a questão e providenciasse uma poda ou mesmo o corte das espécies. Passados quatro meses e insatisfeito com a demora, o munícipe relatou que mesmo após ter recorrido formalmente à Câmara, o problema continua se arrastando. “O pessoal não sei se da Prefeitura ou da Câmara veio aqui, olhou, tirou fotografias e até disseram que tinha mesmo que cortar. Mas não voltaram e o resultado é que caiu um galho enorme no meu carro e em parte da área da minha casa. Havia uma senhora e uma criança que caminhavam por aqui e por pouco também não foram atingidas, era um galho grande, verde e pesado que amassou a lataria e quebrou os dois retrovisores”, relatou.
Ele apresentou à reportagem o protocolo N° 11278 de 04/03/2016, lembrando que além de ter comunicado o problema através de requerimento, várias ligações telefônicas foram feitas ao setor competente cobrando uma ação do órgão. “Estamos preocupados com a situação, pois são duas árvores que estão com risco de queda de galhos grandes como o que caiu, e aqui é um local com bastante fluxo de pessoas, crianças e idosos. Isso indigna a gente, pois já foi pedido o corte há quase um ano e nada foi providenciado”, reclamou. O morador lamenta pois, além de continuar amargando a demora na solução do problema, agora terá que pleitear junto a PMO que arquem com os prejuízos causados pelo descaso de sua solicitação.
Consultada pelo jornal a Ouvidoria Municipal informou que em casos de danos, como o fato relatado, o munícipe é orientado a registrar um boletim de ocorrência na delegacia, juntar cópias do BO, fotos do ocorrido, orçamento do conserto dos bens avariados, requerimento solicitando o ressarcimento e protocolar na Prefeitura. Ainda segundo a Ouvidoria, normalmente nos casos em que a solicitação de corte foi protocolada antes do ocorrido a PMO tem arcado com os custos dos prejuízos causados.
Serviço precário – Conforme informações de um funcionário que prefere não se identificar por temer represálias, existe hoje na Secretaria Municipal de Meio Ambiente, órgão que cuida das podas e cortes, uma fila com centenas de pedidos para esse tipo de serviço. São aproximadamente 700 solicitações, algumas datadas desde 2015, das quais pelo menos 300 estão autorizadas, mas hoje devido a exoneração de vários funcionários praticamente não há pessoal para o serviço. Ele explicou que todo pedido de poda e principalmente o corte primeiro passa pela avaliação de um técnico que aponta a viabilidade ou não, e o tipo de serviço a ser executado. Ressaltou que há casos em que o trabalho, como no caso apresentado pela reportagem, exige uma assistência preliminar da CPFL devido à fiação de rede elétrica, e isso também contribui para a demora. Afirmou também que para dar conta do trabalho é necessário pelo menos duas equipes para atender todo serviço acumulado. Em média a secretaria recebe 15 ligações diárias, em sua maioria com pedidos de poda e outros de corte.
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