domingo, 03 de novembro de 2024

Ourinhense integra equipe que atua em projeto para despoluição do R. Pinheiros

Publicado em 19 jan 2022 - 17:22:41

           

Rose Pimentel Mader

 

Engenheira Ambiental, a ourinhense Anelise Ziglio Ribeiro Pedro, de 34 anos, faz parte de uma equipe multidisciplinar da Sabesp que está trabalhando num projeto pioneiro do Novo Rio Pinheiros, que tem o objetivo de revitalizar este importante símbolo da cidade de São Paulo através da ação de diversos órgãos públicos em parceria com a sociedade. A meta até o fim de 2022 é reduzir o esgoto lançado em seus afluentes, melhorar a qualidade das águas e integrá-lo completamente à cidade.

 

Formada pela Universidade do Vale do Itajaí-UNIVALI; pós-graduada em Planejamento e Gestão Ambiental pela Universidade de Santo Amaro-UNISA; bacharel em Direito pela UNISA e Técnica em Saneamento pela Escola Técnica Estadual Centro Paula Souza-ETEC, trabalha na Sabesp desde fevereiro de 2010, a profissional ingressou na Sabesp por concurso público, como técnica em sistemas de saneamento e, atualmente, trabalha na Engenharia de Esgotos e Despoluição de Corpus D’água da Metropolitana Sul, que está diretamente relacionada com a sua formação superior em engenharia ambiental.

Anelise Pedro é engenheira ambiental e atua na Sabesp desde 2010

 

 

O PROJETO NOVO RIO PINHEIROS – Segundo Anelise, a área onde trabalha foi convidada para desenvolver um estudo visando a implantação do sistema de esgotamento sanitário para sanear e despoluir um afluente do Rio Pinheiros, sendo um projeto piloto e pioneiro na contratação por performance.

 

Ela explica que “definida a forma de contratação e as metas, expandiu-se para outras áreas chamadas de bacias de esgotamento sanitário, semelhante as bacias hidrográficas, porém as bacias de esgotamento sanitário são para onde drenam todos os despejos líquidos constituídos de esgotos doméstico, industrial e esgoto pluvial”.

 

Em 2019, foi estabelecida a meta de despoluição do Rio Pinheiros até 2022 pelo Governo do Estado. A fim de remover o esgoto lançado nos córregos afluentes desse rio, atuando nas áreas densamente povoadas e de difícil acesso.

Equipe multidisciplinar atua no projeto pioneiro e inovador

 

 

Por ser um rio urbano, a água não será potável, no entanto, com o projeto de despoluição concluído, haverá a melhora do odor existente, abrigo de vida aquática e, principalmente, a volta da população às suas margens por meio também da recuperação ambiental e paisagística do seu entorno.

 

A profissional afirma que a carência de infraestrutura sanitária na RMSP geralmente deve-se ao crescente adensamento populacional em áreas de fundo de vale, com topografia acidentada e, muitas vezes, com ocupação irregular, pois essas características dificultam a instalação um sistema de esgotamento convencional.

 

O maior prejuízo da ausência de sistema de esgotamento sanitário é para a saúde e qualidade de vida da população, pois a má qualidade da água, o despejo incorreto do esgoto e a disposição inadequada do lixo contribuem para a proliferação de doenças, além da poluição dos recursos hídricos urbanos e do meio ambiente.

 

Os resultados numéricos de metas e os resultados qualitativos já são observados, como água com bom aspecto, retorno da vida aquática, sem mau cheiro nas margens e diminuição de doenças de veiculação hídrica, ou seja, mais qualidade de vida para a população e para o ecossistema. Por exemplo, a AMA/UBS Parque Santo Antônio, que acompanha 39.300 residentes na área abrangida pelo programa, relatou a redução de 1.458 casos de doenças de veiculação hídrica, como diarreia, entre dezembro de 2019 e dezembro de 2020, diminuindo de 2.600 para 1.142 casos no ano. Moradores também relataram a redução da presença de baratas e ratos.

 

Para potencializar os resultados, é primordial que os contratos incluam ações socioambientais abrangentes, envolvendo e sensibilizando a população das áreas atendidas, com o foco de ressaltar a importância e os benefícios das obras para a sociedade. O envolvimento das pessoas da comunidade local foi essencial, devido à influência para com os demais, por isso, foram contratados vários moradores da comunidade local.

 

Além da oferta de trabalho, foram realizadas diversas atividades socioambientais, tais como reuniões com lideranças comunitárias e subprefeituras, palestras e oficinas educativas, que abrangeram várias idades e auxiliaram no desenvolvimento educacional e profissional em diversas áreas, eventos de divulgação, implantação da garrafa pet coletora, doação de cesta básica e kits de higiene, implantação de governança colaborativa, mutirão da limpeza, e, por fim, a colaboração dos agentes de saúde na disseminação do projeto.

 

Uma das ações socioambientais implantadas foi a construção de uma Cooperativa de Reciclagem, para gerar renda para a população local, e em outro a Estação Socioambiental (ESA), em um local de fácil acesso, a fim de disseminar as ações dos contratos e sensibilizar a população sobre a importância da despoluição do Rio Pinheiros.

 

Como solução alternativa amplamente empregada, a instalação de redes coletoras nas margens de córregos permitiu o atendimento de diversos imóveis em soleira negativa, inclusive em locais onde os imóveis estavam diretamente sobre o córrego.

 

A despoluição do Rio Pinheiros deixará um legado para a população futura, conforme preconizado na Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 225: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”

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